terça-feira, 14 de julho de 2020

Interpretações da Arte Fílmica Nacional “Bacurau”- Um Diálogo PET´s Humanidades


No dia 25 de Junho, houve um encontro dos PET’s Humanidades para debater sobre “Bacurau”, filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o diálogo foi entre os PET´s  Geografia, Letras, História e Psicologia.
O filme se passa em uma cidade no interior do Nordeste brasileiro chamada Bacurau, território onde a união e cumplicidade prevalecem em meio as dificuldades vividas pelas pessoas que nela residem. A obra nos remete a um futuro próximo? Bacurau seria o resultado do processo colonial estrutural?
No transcorrer da trama sucedem acontecimentos que nos provocam a refletir as intencionalidades dos detalhes para uma melhor interpretação do filme, tais como a dificuldade no acesso a água, a cidade sumir do mapa, os meios de comunicações entre os moradores cortadas, etc. Até descobrirmos que a cidade se transformou em uma zona de caça para alguns estrangeiros.
Na discussão entre os PETianos das humanidades, salientou-se muitos problemas implícitos no filme que se aproximam de nossa realidade, como por exemplo, a dificuldade do acesso a água, que mesmo não morando no semiárido nordestino vemos e vivemos essa situação principalmente aqueles que moram em comunidades indígenas, onde existe o impasse do acesso a água de qualidade. Testemunhamos também o descaso do governo com a educação, retratado no filme. São várias as aproximações possíveis com as condições de vida no país.
Dentre as diversas cenas contidas no filme, uma que nos remete claramente a realidade oculta, porém, que atravessa boa parte da sociedade brasileira, é negação da identidade nacional, e tentativa de se parecer Norte Americano ou Europeu. Em uma cena, quando questionados pelos “assassinos estrangeiros”, os brasileiros respondem que não são daquela região, que eles são do sul do Brasil, uma região mais rica com colônias alemãs e italianas, que eles eram como os americanos. Representando o preconceito que existe dentro do próprio país, como uma xenofobia estrutural contra os nordestinos, todavia sabemos que esse preconceito não ocorre somente contra os nordestinos, mas contra pretos, lgbts, mulheres, pobres.
O filme apresenta violência explicita, praticada tanto pelos americanos quanto por moradores de Bacurau, porém há diferença entre elas, uma apresenta a violência gratuita, a outra se mostra enquanto movimento de resistência para sobreviver. Essa resistência cultural que é exibida no filme fortalece o desejo da preservação das identidades histórico culturais, sobretudo em um país que possui uma riqueza cultural quanto o Brasil.
Salientando a importância do Cinema Nacional e da transversalidade do conhecimento e do ensino, a atividade integradora teve muito significado na construção de uma formação ampla e de qualidade. O PET Geografia agradece a participação do PET História, PET Psicologia e PET Letras em mais uma tarde de atividades.


PETianos:
Ana Carla Barbosa Cardoso
Micael Petri Lima Soares

Um comentário:

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