No dia 25 de Junho, houve um encontro dos PET’s
Humanidades para debater sobre “Bacurau”, filme dirigido por Kleber Mendonça
Filho e Juliano Dornelles, o diálogo foi entre os PET´s Geografia, Letras, História e Psicologia.
O filme
se passa em uma cidade no interior do Nordeste brasileiro chamada Bacurau,
território onde a união e cumplicidade prevalecem em meio as dificuldades
vividas pelas pessoas que nela residem. A obra nos remete a um futuro próximo?
Bacurau seria o resultado do processo colonial estrutural?
No
transcorrer da trama sucedem acontecimentos que nos provocam a refletir as
intencionalidades dos detalhes para uma melhor interpretação do filme, tais
como a dificuldade no acesso a água, a cidade sumir do mapa, os meios de
comunicações entre os moradores cortadas, etc. Até descobrirmos que a cidade se
transformou em uma zona de caça para alguns estrangeiros.
Na
discussão entre os PETianos das humanidades, salientou-se muitos problemas
implícitos no filme que se aproximam de nossa realidade, como por exemplo, a
dificuldade do acesso a água, que mesmo não morando no semiárido nordestino
vemos e vivemos essa situação principalmente aqueles que moram em comunidades
indígenas, onde existe o impasse do acesso a água de qualidade. Testemunhamos
também o descaso do governo com a educação, retratado no filme. São várias as aproximações
possíveis com as condições de vida no país.
Dentre as
diversas cenas contidas no filme, uma que nos remete claramente a realidade
oculta, porém, que atravessa boa parte da sociedade brasileira, é negação da
identidade nacional, e tentativa de se parecer Norte Americano ou Europeu. Em
uma cena, quando questionados pelos “assassinos estrangeiros”, os brasileiros
respondem que não são daquela região, que eles são do sul do Brasil, uma região
mais rica com colônias alemãs e italianas, que eles eram como os americanos.
Representando o preconceito que existe dentro do próprio país, como uma
xenofobia estrutural contra os nordestinos, todavia sabemos que esse
preconceito não ocorre somente contra os nordestinos, mas contra pretos, lgbts,
mulheres, pobres.
O filme
apresenta violência explicita, praticada tanto pelos americanos quanto por
moradores de Bacurau, porém há diferença entre elas, uma apresenta a violência
gratuita, a outra se mostra enquanto movimento de resistência para sobreviver.
Essa resistência cultural que é exibida no filme fortalece o desejo da
preservação das identidades histórico culturais, sobretudo em um país que
possui uma riqueza cultural quanto o Brasil.
Salientando a importância do Cinema Nacional e
da transversalidade do conhecimento e do ensino, a atividade integradora teve muito
significado na construção de uma formação ampla e de qualidade. O PET Geografia
agradece a participação do PET História, PET Psicologia e PET Letras em mais
uma tarde de atividades.
PETianos:
Ana Carla Barbosa Cardoso
Micael Petri Lima Soares
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