“Isolados nada
podemos, enquanto que, pela união íntima, podemos transformar o mundo”.
Élisée Reclus
A construção coletiva
de saberes é tema recorrente dentre os pesadores da educação. Para o educador e
pedagogo Paulo Freire, a construção do conhecimento pelo sujeito tem por base
as dimensões políticas, econômicas, sociais e culturais do espaço vivido. Segundo
Freire a construção do conhecimento deve se basear num diálogo multipolar
permanente entre todos os indivíduos no processo de ensino e aprendizagem. O
diálogo por tanto, tornar-se-á condição e condicionante para a construção do
conhecimento. O ato de conhecer ocorre em um processo social e é o diálogo o
mediador desse processo. O sujeito, a comunidade e o mundo tem papel
fundamental na construção do conhecimento individual e coletivo. Conhecer é
aprender o mundo e essa não é uma tarefa solitária.
A interdisciplinaridade,
a atuação coletiva e a integração entre os diferentes cursos de graduação são
características dos grupos PET bem como, indispensáveis para a formação
acadêmica e cidadã dos sujeitos envolvidos. Com objetivo de contemplar estas
características, os grupos PET Geografia e PET Psicologia, buscam desenvolver
práticas em conjunto, que vão desde a discussão teórica a análise in loco, dos temas de pesquisa.
A partir de
pesquisas, práticas e atividades desempenhadas em conjunto pelos grupos PET
(Geografia e Psicologia), buscamos alcançar a construção coletiva de saberes. A
integração das áreas do saber na articulação e envolvimento de professores e
alunos foi capaz de desenvolver reflexões e sistematizações complexas a partir das
interpretações de cada indivíduo envolvido nas atividades propostas pelo grupo
de trabalho.
O primeiro encontro
para a discussão e debate das formas e grupos de trabalho se deu na segunda
quinzena de junho do ano de 2016. Os grupos PET se reuniram e na escolha da pesquisa
a ser desenvolvida foi selecionado o tema “Fronteira”. O tema escolhido se deu
pelos recentes acontecimentos na linha Brasil-Paraguai em que um assassinato
violento de um traficante local, ganhou repercussão nacional.
O segundo encontro
foi realizado no início da segunda quinzena de julho, como proposta de
discussão teórica dois textos foram previamente selecionados pelos tutores dos
respectivos grupos: PET Geografia, Da Territorialização à Multiterritorialidade
de Rogério Haesbart e PET Psicologia, O Conceito de “Percepção de Risco”:
Contributo da Psicologia Social de José-António Carochiho.
Durante o debate foram
levantadas diversas dúvidas recorrentes da falta de familiaridade com conceitos
específicos das áreas afins, sendo estas sanadas no decorrer do debate. O
intercambio de saberes entre os grupos foi uma ferramenta fundamental na
construção do conhecimento a cerca do tema proposto.
No terceiro encontro, no
findar da segunda quinzena de julho realizamos a visita in loco de nosso tema de pesquisa. Visitamos as cidades gêmeas de
Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), buscando dialogar as
percepções do local com a teoria trabalhada no encontro anterior. Durante o
trabalho de campo, visitamos diversos locais carregados de símbolos e signos
característicos do espaço de fronteira muito particulares da região. Aos acadêmicos foi requisitado que
produzissem fotografias do lugar para o encontro seguinte.
O quarto encontro foi
realizado na primeira semana de agosto, com apresentação das fotografias
produzidas no encontro anterior. Neste encontro discutimos as impressões sobre
as particularidades das cidades gêmeas e os olhares e impressões dos sujeitos
sobre o território.
O quinto e ultimo encontro
se deu no dia 18 de agosto de 2016, onde os grupos PET Geografia e PET
psicologia a convite do grupo de estudos InterArtes da UFGD, participaram da
exibição do filme “Em Nome da Lei”, uma produção cinematográfica que trata das
relações do narcotráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai. Após a exibição
do filme foi feito debate entre os grupos, sobre o filme e as atividades
teóricas e práticas por nós realizadas.