segunda-feira, 21 de junho de 2021

A linguagem fílmica - "O SOM DO SILÊNCIO".


    No dia 24 de Junho, às 14:30h o PETGEO em parceria com o PET Letras irá debater sobre a linguagem fílmica de "O SOM DO SILÊNCIO ". A história do filme é sobre Ruben, um baterista de uma banda de metal junto com sua namorada Lou. Repentinamente Ruben vai perdendo sua audição e fica surdo, ao longo do filme ele vai aprendendo a lidar com essa situação que muda sua vida. Nos mostrando como é a sensação de ficar surdo e ter que reaprender a viver.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

TAXI TEERÃ- A Linguagem fílmica, olhares sobre o mundo e sobre si mesmo.

 

        
     No dia 11 de março de 2021, os integrantes do PET Geografia assistiram e debateram o filme “Taxi Teerã”. Filme este que foi dirigido pelo iraniano Jafar Panahi, narrando a história do próprio diretor, que se passa por taxista pelas ruas de Teerã, encontrando diversos passageiros que o conhecem e também expressam opiniões políticas e culturais diferentes sobre o Irã durante o trajeto. O filme foi idealizado como um falso documentário, onde o diretor queria mostrar a realidade do Irã, sem as regras que são impostas a um filme vendível.

     Jafar Panahi foi acusado de fazer propaganda anti-Governo, condenado a não produzir filmes por 20 anos, sem a possibilidade de dar entrevistas ou sair do país. Mesmo com as limitações para produzir o filme, Jafar Panahi conseguiu inovar a forma de criar filmes, usando equipamentos básicos, câmeras de celular, câmeras caseiras e de vigilância, e filmava em lugares que não chamavam muita atenção. Criando 3 filmes como: “Isso não é um filme”, de 2011; “Cortinas fechadas”, de 2013; “Taxi Teerã”, de 2015.

     As críticas em seu filme Taxi Teerã aparecem nas conversas com seus passageiros e sua sobrinha. Como na situação relatada por sua sobrinha, em querer produzir um filme escolar “exibível”, seguindo as regras do Estado iraniano, sendo que os filmes de Panahi não são considerados exibíveis pois infringem as regras estipuladas pelas autoridades. Essa é uma realidade que o diretor não tenta esconder em seus filmes.

     Outra parte interessante do filme, que foi debatida, é quando aparece um vendedor de DVD’s piratas, de filmes proibidos pelo Estado iraniano. Para nós brasileiros essa é uma realidade distante, estamos sempre rodeados de filmes de fácil acesso, seja pela televisão, cinema ou streaming, e pensar que existem países que, ainda hoje, proíbem os filmes estrangeiros, é algo assustador, porque a partir de quando um Estado decide censurar o que sua população pode produzir ou ter acesso, isso acaba cerceando a liberdade de ir e vir, e consequentemente a possibilidade de desenvolver pensamento crítico.

     Taxi Teerã é um filme fantástico, que aborda problemas sociais e políticos, como a condição de ser mulher no Irã, a criminalidade, a pena de morte e o regime totalitário imposto aos iranianos. O filme ganhou o prêmio “Urso de Ouro” no Festival de Berlim, por causa da sua restrição de não poder sair do país, a sobrinha de Jafar Panahi buscou o prêmio em seu lugar. Para quem quiser saber mais sobre o Irã, recomendo que assista o filme, afinal essa é uma obra que narra as repressões, evidencia as vítimas de censuras e expõe a falta de liberdade de expressão no país.
PETiana: Ana Carla Barbosa Cardoso