segunda-feira, 11 de abril de 2016

Grupo PET Geografia Participa de Curso de Cartografia

Nos dias 17, 18 e 24 de março os alunos do PETGeografia participaram de um  minicurso de Cartografia, ministrado pelo professor adjunto da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Adeir Archanjo da Mota. 
Foi um curso de extensão, desenvolvido em horário diurno e ofertado  para os integrantes do grupo PET, com o objetivo de complementar a graduação dos alunos. Dos nove integrantes do grupo, quatro já haviam cursado a matéria de cartografia, outros três estão cursando atualmente e os outros dois ainda irão cursar. Desta forma o minicurso foi de extrema utilidade, seja para reforçar, relembrar ou introduzir o conteúdo que é de grande importância para a geografia, tanto física, quanto humana. O professor desenvolveu uma temática semelhante  em suas aulas na graduação, fez leituras teóricas em conjunto com os petianos e exerceu a prática, utilizando diversos mapas dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. No último dia do minicurso o professor levou o grupo para a sala de Geoprocessamento, ensinando-os a praticarem o que foi apresentado em sala, no programa de computador ArcGis. A ideia do minicurso surgiu nas reuniões do grupo com o tutor e logo tomou forma, para a geografia a cartografia se revela como importante ferramenta para compreender o espaço em que vivemos, e por esse motivo é de grande valor que os futuros geógrafos se familiarizem com esse componente para em breve fazer dela um instrumento de comunicação. Além de aprender a cartografar, o minicurso também contribuiu com o aperfeiçoamento da leitura cartográfica, algo que nos dias de hoje, ainda tem se mostrado dificultoso por muitas pessoas, o que mostra aos alunos o grande desafio de fazer uma cartografia legível, que se expresse de uma forma compreensível para o público que se deseja atingir. 






O filme: Que horas ela Volta? , foi exibido no dia 28 de março pelo Projeto Cinema: Linguagens e Olhares Geográficos.

No dia 28 de março o grupo PET Geografia, exibiu no projeto Cinema: Linguagens e Olhares Geográficos, o filme Que Horas Ela Volta? (2015). A atividade, ofertada a toda a comunidade acadêmica, contou com a presença de alunos do projeto PIBID ( Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), do grupo PET Geografia e do professor Dr. Jones Dari, que possui graduação em História pela Universidade Federal de Mato Grosso e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e atualmente atua como professor na Universidade Federal da Grande Dourados.
O professor conduziu, após a sessão, uma discussão acerca do filme e sua temática social, exposta por meio da linguagem do cinema.
O filme, conta a história de Val (Regina Casé) uma nordestina que vai para São Paulo para trabalhar e deixa a filha em Pernambuco. Anos depois sua filha, Jéssica (Camila Márdila) vai á São Paulo também, para prestar vestibular e fica um período na casa dos patrões de Val, onde a doméstica mora. A chegada de Jéssca provoca tensões e questionamentos quanto a maneira que a empregada é tratada. Lançado em 2015, dirigido por Anna Muylaer, o filme foi indicado para o festival de Berlin e exibido no festiva norte americano, Sundance, onde as protagonistas Regina Casé e Camila Márdila, ganharam o prêmio na categoria atuação, que foi dividido pelas duas. Infelizmente o filme teve pouca visibilidade no Brasil.
No filme podemos observar que Val e Jéssica fazem o mesmo caminho em busca de uma vida melhor, ambas enxergam que esta, pode ser alcançada em uma cidade, considerada um centro de oportunidades, São Paulo, mas com perspectivas e oportunidades diferentes. Uma vai para trabalhar, de ônibus, enquanto que, a outra pra estudar e esta ,vai de avião. 
Estas perspectivas configuram seus respectivos comportamentos. Val, a mãe que vai trabalhar em São Paulo, não questiona padrões de poder exercidos sobre ela, tão pouco acha tal comportamento incoerente, ela vive no seu espaço. Espaço este, que é dentro da casa dos patrões, mas não é o mesmo em que eles vivem. Ela ocupa os espaços do serviço que lhe fora atribuído e não compartilha as demais áreas como a piscina, mesa de jantar, as suítes, entre outros. Jéssica, a filha que vai para prestar vestibular, de uma universidade muito concorrida, percorre um caminho diferente. Questiona os padrões naturalizados na casa onde a mãe trabalha. Se vê de fato como um ser humano igual aos patrões e assim age, sem se prender as barreiras sociais em que a mãe vive. Ela senta na mesa de jantar, entra na piscina, dorme no quanto de hóspedes, entre outras situações. 
Jéssica é o ponto de inflexão na história. Ela questiona, enxerga as relações de modo diferente. E é isto que a faz incomodar tanto, a patroa, Barbara (Karine Teles), que estava afeita com a condição de tratamento da empregada.
Jéssica é a inflexão, é o que altera os valores. Mas o ponto de transgressão, da mãe, Val.
Que ao final da trama, se desvincula dos patrões de anos, passa a enxergar, de forma intrínseca, algo incoerente na relação social em que vivia.
Podemos observar no filme, as territorialidades da casa, o pertencimento dos objetos, separados por uma visão hierarquizada pela condição social de cada personagem e o questionamento sobre este contexto.
E neste contexto, pode-se ver o emponderamento da classe trabalhadora, que busca ocupar espaços de direito a qualquer pessoa, que antes se restringiam apenas, aos detentores de capital. Jéssica ocupa o aeroporto, a universidade e isso é só uma parte, que o filme retrata.
Atualmente, com o ampliamento de politicas publicas que visam o desenvolvimento social, vislumbramos milhares de "Jéssicas" pelo Brasil.

Esta é uma reflexão que surge, da exibição e discussão, da produção independente, “Que Horas Ela Volta?”. Agradecemos a todos que participaram e proporcionaram um debate valioso a partir do filme, principalmente ao professor Dr. Jones Dari, que sempre participa dos eventos do grupo Pet Geografia.