Paulo Cesar da Costa Gomes
O geógrafo brasileiro Paulo Cesar da Costa Gomes possui graduação (1980) e mestrado (1988) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, alcançando o título de doutor em Geografia pela Sorbonne - Université de Paris IV (1992) com orientação de Paul Claval.Paulo Gomes apresenta diversas contribuições para o pensamento geográfico em seus trabalhos ao apresentar discussões sobre a epistemologia da Geografia (Geografia e Modernidade – 1996), além de suas produções na área da Geografia Cultural. Suas preocupações estão voltadas para a forma como se produz conhecimento em Geografia.No dia 23 de novembro de 2020, o Prof. Paulo Cesar participou do projeto: “Diálogos on-line em tempos de COVID-19”, abordando “A imaginação geográfica e seus desafios temáticos e metodológicos”. Aqui, o professor nos apresenta o exercício do raciocínio geográfico, demonstrando a importância de se pensar os fenômenos de maneira geográfica, ou seja, “a partir do jogo, das tramas e interações que estes têm a partir de sua localização”. Vale a pena conferir. Segue o link da fala realizada em nosso canal no Youtube.
A imaginação geográfica e seus desafios temáticos e metodológicos
PETiano: Anderson Luiz
Jean
Tricart
Jean
Tricart foi um dos mais importantes geógrafos físicos já existentes, sendo
bastante reconhecido pelo seu trabalho tanto no Brasil como na França. Nascido
em 1920, teve toda a sua formação na Universidade de Paris I, se tornando
professor da Universidade de Estrasburgo, onde trabalhou até o ano 1987. Se
tornou amplamente conhecido pelos seus trabalhos em geografia física,
envolvendo principalmente a geomorfologia, paisagem e o clima como áreas de
extrema importância para a Geografia enquanto ciência, conseguindo relacionar
os problemas ambientais com as características de uso e apropriação econômica e
social dada a determinadas porções do Espaço Geográfico.
O
geografo foi um dos pioneiros na introdução do pensamento geossistêmico,
demonstrando com maestria a inter-relação entras as áreas da geografia física
como: a climatologia, geomorfologia e geologia com as da geografia humana,
como: Geografia Agrária e Geografia Urbana. Jean Tricart chegou a publicar em
torno de 620 trabalhos referentes a geomorfologia e a geografia física, sendo
publicados em mais de 10 países e publicados em mais de 15 línguas. Destes 620
trabalhos mais de 60 deles foram sobre o Brasil, decorrentes da década de 1950
aonde conheceu o País e foi colaborador de algumas universidades Brasileiras,
sendo entre elas a UFBA, UFF e a USP; trabalhando também como consultor do
Projeto Radam Brasil.
Ao
falar deste incrível Geografo e Geomorfólogo, apesar de sua trajetória
acadêmica e profissional mais que notável, é impossível falar deste autor sem
falar de uma de suas obras mais importante não só para o Brasil mas também para
a Geografia como um todo que é a Obra intitulada de “Ecodinâmica” lançada no
ano de 1997, é nesta obra aonde ele se destaca pela introdução do pensamento
geossistêmico para a Geografia física, conseguindo trazer uma visão ecológica aos
problemas ambientais demonstrados neste livro, sem deixar de relacionar com a
realidade econômica e social das áreas estudadas.
É neste livro aonde o autor vai criar as
classificações ecodinâmicas do meio ambiente, as dividindo entre: Meios
Estáveis, Meios Integrados e Meios fortemente instáveis. O principal motivo do
autor ter criado esta classificação se dava pelo fato de que, ao analisar os
aspectos climáticos, geomorfológicos e geológicos de determinadas áreas de
estudo, ele observou que o uso econômico e social dada a estas áreas, na
maioria das vezes eram incompatíveis, com os aspectos físicos e ambientais
presentes, sendo o principal fator de desencadeamento dos tidos “desastres
naturais”, sendo assim, a classificação criada pelo autor leva em conta tanto
os aspectos físicos e ambientais da área estudada como também o uso econômico e
social dada para a mesma, indicando qual forma de apropriação poderia ser a
mais adequada.
Outro fato importante a ser destacado deste
Livro, é que os seus estudos de casos apresentados para explicar a sua classificação
e os motivos que as enquadravam, se deu no período das suas pesquisas realizadas
durantes a sua passagem pelo Brasil, apresentando estudos de caso em Estados
como Paraná, São Paulo, Goiás e até mesmo da região da floresta Amazônica, se tornando
um livro de referência até os dias atuais para Geógrafos que estudam impactos
ambientais e para geógrafos que trabalham com a geografia física e com o estudo
da paisagem enquanto categoria de análise.
Figura
1. Imagem da Capa do Livro Ecodinâmica (Salvo em Formato Digital)
De maneira geral, pode – se afirmar que todo o trabalho deste importante
geógrafo, além de ter sido pioneiro na introdução do pensamento geossistêmico,
as suas pesquisas realizadas no Brasil foram uma importante porta de entrada
para as pesquisas ambientais que viriam a seguir, trazendo destaque tanto para
a geografia como para os geógrafos que aplicaram as suas pesquisas e estudos em
geografia física para o entendimento da realidade física e ambiental do país, relacionando
estes aspectos com a realidade econômica e social do mesmo, indicando também
quais caminhos o Brasil deveria seguir para superar as suas desigualdades
sociais e problemas econômicos, sem
deixar de lado o meio ambiente, entre estes geógrafos podemos destacar Aziz
Ab’Saber, Jurandyr Ross e Valter Casseti. Por este motivo, não é exagero dizer
que, apesar de já falecido desde 2003, Jean Tricart continua vivo por meio das
suas obras, obras estas que transcendem o tempo.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
DIAS, Janise;
SANTOS, Leonardo. A paisagem e o geossistema como possibilidade de leitura da
expressão do espaço socioambiental Rural. CONFINS: Revista Franco
Brasileira de Geografia, Franca/Brasil, ano 1 /2007, v. 1, n. 1, ed. 1, p. 1 -
18, 2007. DOI 10.4000/confins.10. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/10?lang=pt.
Acesso em: 7
maio 2020.
TRICART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20%20RJ/ecodinamica.pdf
TRICART, Jean. A terra: planeta vivo. Lisboa: Presença,
1995.
SILVA, Teresa Cardoso da. Jean Tricart:
(16/06/1920 - 06/05/2003). Revista Geosul, Florianópolis - SC, ano 2003,
v. 18, ed. 35, p. 149 - 152, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/13607/12473. Acesso em: 6 maio 2020.
Sites Consultados:
PETiano:
Anderson Aparecido Santos da Silva.
Lana de Souza Cavalcanti
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8827112569170294
Lana de Souza Cavalcanti é
graduada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Goiás – UFG
(1979), realizou seu mestrado na área de Educação pela UFG em (1990), fez seu
doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo – USP (1996), e pós-doutorado
na Universidade Complutense de Madrid/Espanha. A geógrafa da área de Educação
Lana é bolsista produtividade 1D pelo CNPq, atualmente é Professora titular
pela Universidade de Goiás. Possui experiência na área de Geografia e do
Ensino, com ênfase em Geografia Urbana.
Em suas discussões que margeiam a relação do Ensino no
âmbito da Geografia, Lana destaca a contemporaneidade da Geografia, ressaltando
que no processo de análise precisamos compreender as escalas do mundo
globalizado, e para isso ela utiliza o método do raciocínio espacial na relação
de ensino-aprendizagem, no intuito de desenvolver nos alunos uma visão ampla de
mundo/ um outro olhar geográfico diante de fatos entrelaçados na sociedade
contemporânea. Destaca também a importância do ensino de Geografia no processo
educacional, abordando a importância da interação entre o Educador e os alunos
para a construção do conhecimento que é feito a partir de trocas, reconhecendo
cada sujeito atuante nessa relação e suas especificidades.
PETiano: Thiago Batista Biscaya de
Souza
Adáuto de Oliveira
Souza
Adáuto de Oliveira
Souza, possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul (UFMS) em 1986, graduação em Estudos Sociais pela Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul (UFMS) em 1983, mestrado em Geografia pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Presidente Prudente (UNESP) em 1995 e
doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP)
em 2002.
Atualmente é
Professor Titular Aposentado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Atua na área de Geografia com ênfase em Políticas Públicas Espaciais, atuando
principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento regional, planejamento regional,
relação público-privado e processos de industrialização, além da área de ensino
em Estágio Supervisionado. Na Pós-graduação é Pesquisador Sênior UFGD -
Mestrado e Doutorado - orienta trabalhos relacionados à logística e
transportes; ordenamento territorial e fronteira; políticas de saúde e
assistência farmacêutica, parcerias público-privada
Em toda sua
carreira publicou diversos trabalhos que se tornaram referencia em suas áreas e
um de seus importantes trabalhos em sua trajetória acadêmica, trata-se de sua
tese de Doutorado intitulada como “A estratégia dos distritos industriais como
instrumento para o desenvolvimento regional e sua aplicabilidade em MS”, onde o
próprio traz-nos uma reflexão sobre a importância dos distritos industriais,
importância de cidades pólo para um desenvolvimento regional e necessidades de
políticas publicas para uma industrialização planejada, tratando mais
especificamente da região Grande Dourados.
PETiano: Umberto de Andrade
Filho
Bertha Becker: a
"cientista da Amazônia"
Bertha Koiffmann Becker foi uma das geógrafas brasileiras mais
importantes, sendo umas das matrizes do pensamento geográfico brasileiro.
Becker foi precursora nos estudos sobre a região amazônica, tendo como foco de
pesquisa a “Geopolítica da Amazônia”. A geógrafa assistiu ao nascimento
do CNPq (1951) e a institucionalização da pesquisa científica no Brasil, tendo
se formado em Geografia e História em 1952 pela Universidade do Brasil.
Tornou-se Doutora e Livre-Docente em Geografia pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro em 1970.
Atualmente é professora Emérita da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e coordenadora do Laboratório de Gestão do Território –
LAGET/UFRJ. Seus estudos se voltam aos processos de ocupação/povoamento
da Amazônia somado as alianças e conflitos entre os atores desse processo, com
ênfase no Estado, que passou a ter um papel central na política de ocupação da
região, principalmente na década de 1970.
Por tanto, suas análises se dão a partir da Geopolítica, que analisa as
relações entre poder e o espaço geográfico. Para qualquer estudo sobre a
região amazônica, a leitura da geógrafa Bertha Becker é imprescindível.
Para conhecer um pouco mais sobre o pensamento da pesquisadora,
recomendo os links abaixo:
Cientistas do Brasil. UNIVESP TV:
https://www.youtube.com/watch?v=joKzHQohaMY&t=7s
Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9164795594647563
Geopolítica da Amazônia (Artigo):
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100005
PETiano: Anderson Luiz R. de Oliveira
Friedrich Ratzel
Friedrich Ratzel
nasceu no ano de 1844, na Alemanha. Foi um dos principais teóricos clássicos da
Geografia, precursor da Geopolítica e do determinismo geográfico, ele elaborou
as ideias fundamentais para a compreensão da Geografia moderna. Além de suas obras
mais conhecidas que foram Antropogeografia e Geografia Política, Ratzel
elaborou alguns conceitos como:
Determinismo
geográfico: essa teoria é definida a partir da ideia de que o homem é produto
do meio, ou seja, as condições do meio ambiente determinam a vida em sociedade.
Esse pensamento foi influenciado pelas obras de Darwin, onde ele postula a
ideia da evolução onde a espécie que melhor se adapta ao meio, sobrevive e se
estabelece. Ratzel aplicou essas ideias na sociedade, onde os seres humanos, etnias
e raças com melhor adaptação venceriam e dominariam os povos considerados
inferiores. Porém de fato não se pode dizer que Ratzel era determinista, pois
naquele momento não havia a consolidação desse termo (determinismo geográfico).
Assim entendo que, os estudos e pesquisas o levavam a pensar como se davam
esses processos e efeitos da colonização, do domínio e da sobrevivência de um
povo.
Espaço vital: a
partir do pensamento de que o Estado é o ápice da organização social para se
defender, construir ou expandir e que essa organização aconteceria de forma
natural em qualquer sociedade “avançada”, Ratzel elaborou o conceito de Espaço
Vital que é definido como “as condições espaciais e naturais para a manutenção
ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território, ou seja, seriam as
condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou
povo”.
Esses conceitos
justificaram durante muito tempo a colonização e o nazismo, pois de acordo eles
o Estado mais organizado, fortalecido e adaptado ao seu local tinha mais poder
sobre outros povos que estavam em situações mais fragilizadas ou que viviam com
uma outra visão de mundo, em outro ritmo. Como exemplo disso, posso citar a
colonização brasileira. Diversas etnias indígenas se organizavam e viviam sob
lógicas sociais próprias, quando os portugueses chegaram no Brasil achando que
eram mais desenvolvidos (evoluídos) e que aqueles povos que aqui moravam eram
inferiores e “sem alma”, o que justificava a catequização para a posterior
exploração da mão de obra dos indígenas.
Carl Sauer
Carl Sauer (Carl Ortwin Sauer, 1889-1975), foi um geógrafo estadunidense, nascido no estado de Missouri, com pais de origem alemã. Sauer é considerado um dos principais nomes da história do pensamento geográfico, sendo um dos precursores da chamada Geografia Cultural. O mesmo foi líder da “Escola de Berkeley”. Tendo grande importância para a academia, além de fazer diversas contribuições para várias áreas do conhecimento.
Sauer fez inúmeros
estudos observando a paisagens e as influências do homem na mesma, uma de suas
principais obras é o livro “The Morfology of Landscape” (A Morfologia da
Paisagem), produzido no ano de 1925, no qual tece algumas de suas principais
considerações sobre a Geografia e os rumos da área cultural. Neste trabalho,
Sauer revitaliza a Corologia como área de estudo importante da ciência
geográfica. O autor valorizava as relações entre o homem e o ambiente,
concebendo a paisagem como um habitat e rompendo com as premissas que traziam
esse conceito em uma perspectiva formal, funcional e genética, aplicando o
conceito do determinismo cultural como determinante a paisagem. Em uma de suas
frases, o mesmo afirma que “o último agente que modifica a superfície da Terra
é o homem”. Assim, o ser humano deve ser considerado como um “agente
geomorfológico”, que intervém e ressignifica as feições superficiais
terrestres.
O autor trouxe
diversas contribuições para a Geografia, como a valorização do aspecto cultural
na perspectiva antropocêntrica; a manutenção do respeito sobre temas
concernentes ao mundo vivido, abrindo perspectivas sobre a percepção do ser
sobre o real; destaque para a interdisciplinaridade entre Geografia e as
ciências humanas em geral, além da Filosofia; a valorização do trabalho de
campo como forma de desmitificar ideias concebidas a priori.
Carl Sauer entendia
como importante para a Geografia o entendimento sobre o mundo vivido, isto é, o
espaço conforme apreendido pelas diferentes pessoas, a partir de suas
influências culturais. Afinal cada indivíduo é único, pensa e vê o mundo por
perspectivas diferentes.
Referências:
PENA, Rodolfo F.
Alves. "Carl Sauer"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/carl-sauer.htm. Acesso em 16 de
outubro de 2019.
[1] HOLZER, W. Nossos
Clássicos: Carl Sauer (1889-1975). GEOgraphia. Ano II, nº4, 2000. p.135-13
Geografia cultural de
Carl Sauer; Geo Mestrepedia. Disponível em:
https://geomestrepedia.blogspot.com/2016/06/geografia-cultural-de-carl-sauer.html
Fontes das imagens:
PETiana: Karinny Fabiano da
silva
MAXIMILIEN SORRE
MAXIMILIEN SORRE - nasceu no dia 16 de julho de 1880 em
Rennes na França e morreu no dia 10 de agosto de 1962. É um geógrafo francês,
atuou na área da Geografia, Biologia e Ciências Sociais, sendo reconhecido
mundialmente. Max Sorre foi um seguidor da Escola de Geografia
possibilista. Formou-se professor até a Primeira Guerra Mundial. Foi
discípulo de Paul Vidal de la Blache, foi quem mais avançou nas relações entre
homem-natureza utilizando o conceito de “gênero de vida”, que falava da relação
entre a população e os recursos em uma situação de equilíbrio, construída
historicamente pelas sociedades. A ideia de que a Geografia deve estudar as
formas pelas quais os homens organizam seu meio, entendendo o espaço como a
morada do homem. O habitat é então uma construção humana, uma humanização do
meio, que expressa às múltiplas relações entre o homem e o ambiente vivido. Max
Sorre observa que a geografia produzida é a ecologia do homem, se estabelecendo
como a relação dos grupos humanos com seu ambiente.
Outro conceito importante de Maximilien Sorre foi o de “Complexos
Patogênicos” que, estudado sobre a ótica da Geografia Humana, conseguiu
aproximar a Geografia aos estudos de Epidemiologia, levando a Geografia a se
ramificar e fazer estudos dentro de uma área da Geografia Médica.
PETiana: Ana Carla Barbosa
Cardoso
ZENY ROSENDAHL
Compreender a
relevância dos trabalhos e pesquisas de geógrafas faz parte de um processo de
reconhecimento e visibilidade das mulheres que, por muitas vezes, foram
silenciadas ao longo da história, não tendo direito de escrever sobre seu ponto
de vista, suas próprias narrativas.
Muitos são os
percalços que nós mulheres pesquisadoras em Geografia, e das demais ciências,
enfrentamos ao longo da trajetória acadêmica e, por isso, não pude deixar de
escolher discorrer sobre Zeny Rosendahl.
Atualmente é
professora do Programa de Apoio à Pesquisa e Docência da UERJ, possui graduação
e mestrado em Geografia pela UERJ, concluiu seu doutorado em 1994, pela USP e
seu doutorado em 1997, na Universidade Sourbonne, França. Zeny é fundadora do
Programa de Extensão em Estudos Avançados em Geografia, Religião e Cultura
(PEAGERC) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC).
Atua continuamente,
desde 1994, em pesquisa na área de Geografia, com ênfase em Geografia Cultural,
principalmente na temática da religião. Suas pesquisas atravessam temas como:
difusão e área de abrangência da fé; território e territorialidade religiosa;
espaço e lugar sagrado – percepção e simbolismo.
Por meio das
reflexões sobre as marcas e matrizes dos comportamentos étnico-religiosos na
formação do território brasileiro e a dinâmica espacial da fé na
hipermodernidade, fui atraída por suas pesquisas, principalmente após a leitura
do livro: “Introdução à geografia cultural”, organizado por ela em conjunto com
Roberto Lobato Corrêa. Pioneira nesse quesito, a geógrafa trata das
manifestações de fé, não como eventos isolados, mas aborda de maneira
geográfica as matrizes culturais e a dispersão geográfica dessas culturas no
Brasil. Inclusive colocando o foco nas narrativas de mulheres e problematizando
o universo feminino nas práticas religiosas e culturais.
PETiana: Andressa Silva
Hoffmann
Fabiano de Oliveira Bringel
Currículo Lattes
: http://lattes.cnpq.br/3108578185436706
Ao falar deste
geógrafo, lembro da primeira vez que o conheci, que foi no Encontro Nacional de
Geografia Agrária (ENGA), ocorrido em 2018 na Universidade Federal da Grande
Dourados, evento no qual eu fui monitor de uma das mesas em que ele
participava, mesa esta que tinha como tema de discussão a questão do
direito ao território dos povos tradicionais e indígenas, intitulada de
“Direitos ao território, direitos à vida e a questão agrária” lembro-me de como
a contribuição dele foi de extrema importância para entendermos as questões que
envolvem os conflitos pelo território, principalmente na região amazônica, que
apesar de ter muito enfoque por causa de notícias que saem na mídia, o
conhecimento sobre os conflitos territoriais existente nesta região em especifico
é ainda desconhecido por muitas pessoas e até mesmo por muitos geógrafos.
Outra lembrança que
guardo é do momento de divulgação de lançamentos de livros que ocorreu no
evento, momento este em que ele divulga o lançamento e a venda do livro Os
“nós” da questão agrária na Amazônia, livro no qual ele é um dos organizadores.
Este livro reúne uma coletânea de pesquisas envolvendo a questão agrária na
Amazônia, realizado pelo grupo de pesquisa territorialização camponesa na
Amazônia (GPTECA). O livro revela as diversas formas de territorialização dos
grupos de camponeses, indígenas e quilombolas existentes na região amazônica,
revelando também os conflitos territoriais gerados por meio de políticas
econômicas que desprezam e tentam destruir as práticas e saberes tradicionais
destes povos, mas, ao contrário do que se é imaginado, resistem e também
encontram formas de resistências por meio de novas formas e práticas destes
saberes que não são esquecidos, se manifestando na territorialidade dos mesmos.
Os “nós” da questão
agrária na Amazônia é um livro que além de revelar as velhas e novas formas
de atuação tanto do agronegócio como também dos camponeses e dos povos
tradicionais da região amazônica, revela o quão diversa, rica e única, é a
formação socioespacial desta região, se tornando também, um livro de extrema
importância para aqueles que desejam conhecer sobre a região Amazônica. Fabiano
de Oliveira Bringel, é graduado em geografia (licenciatura e bacharelado) pela
Universidade Federal do Pará (UFPA), com mestrado em agricultura familiar pela
UFPA/EMBRAPA (2006) e com Doutorado em geografia pela Universidade Federal do
Pernambuco (UFPE - 2015), na área de Regionalização e Análise Regional,
tendo como tema da sua tese: “A fronteira capitalista na Amazônia Paraense e
Territorialidade Camponesa pós – 1960.”
Além de geógrafo e
Professor da Universidade estadual do Pará (UEPA) é também um ativista político
que luta pelas causas dos povos tradicionais da Amazônia, nunca deixando de
aliar a teoria e conhecimento teórico adquiro na geografia a sua práxis
enquanto pesquisador, professor/geógrafo e cidadão. As pesquisas realizadas por
ele e pelo seu grupo de pesquisa, no qual ele coordena, o GPTECA, revela a
diversidade da geografia Brasileira atualmente, mostrando que as pesquisas
realizadas na sua universidade e pelas demais existentes na região norte e
amazônica contém uma alta qualidade além de uma grande complexidade, tão quanto
aquelas encontradas nas universidades mais tradicionais do País.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MACEDO, Cátia, Oliveira; BRINGEL,
Fabiano, de Oliveira; SOUZA, Rafael, Benevides; SANTANA, Rosiete, Marcos.
(Orgs.) Os “NÓS” da questão agrária na Amazônia. Belém: Editora Açaí,
2016.
PETiano: Anderson
Aparecido Santos da Silva
Carlos Walter Porto
Gonçalves
Carlos Walter Porto
Gonçalves é graduado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1972), cursou seu mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1985) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1998). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia
Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Geografia dos Conflitos
Sociais, Geografia e Movimentos Sociais, Justiça Territorial e Ecologia
Política. Foi presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000).
Membro do Grupo de Assessores do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade
Autônoma da Cidade do México. Ganhador do Prêmio Chico Mendes em Ciência e
Tecnologia em 2004. Autor de diversos artigos e livros publicados em revistas
científicas nacionais e internacionais.
Uma de suas grandes obras trata-se do
livro “Os (des)caminhos do Meio Ambiente”, a obra aborda uma reflexão
sociológica e epistemológica: as relações entre ser humano, desenvolvimento e
natureza. O autor discute de modo crítico e holístico a problemática social, o
contexto histórico-cultural das lutas sociais e ecológicas que estimularam o
surgimento do movimento ecológico.
O autor trata sobre o desenvolvimento
humano, desde o início do conceito biológico de população, que se deu após a
publicação em 1859 da obra de Charles Darwin A origem das espécies, onde ele
demonstra o que até então não tinha explicação em termos científicos, que a
evolução das espécies é um fenômeno natural. Atualmente Carlos é Professor
Titular da Universidade Federal Fluminense e Coordenador do LEMTO - Laboratório
de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades.
Referencias:
Jornal UFGD encontrado em: http://jornal.ufg.br/up/243/o/Carlos_Walter.jpg
PETiana: Eveline Caldeira
Vasconcellos
MARÍA LAURA SILVEIRA
Lattes da pesquisadora http://lattes.cnpq.br/7780900056825313
Fonte da foto: http://jornaldapuc.vrc.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=19&infoid=4998&sid=49
María
Laura Silveira pesquisadora e escritora, formou-se em Geografia pela
Universidad Nacional del Comahui (Argentina), Doutora em Geografia humana pela
Universidade de São Paulo. Atuou como professora assistente no local onde
concluiu sua graduação, assim como docente RDIDP pela Universidade de São
Paulo.
Desempenhou a função de pesquisadora principal do Consejo Nacional de
Investigaciones Científicas y Técnicas, no Instituto de Geografia na
Universidade de Buenos Aires. Envolveu-se vários projetos, tais como, Uso
corporativo do território, metrópoles e circuitos da economia urbana na América
Latina, (CONICET); Urbanização e fenômeno financeiro em Buenos e São Paulo no
período da globalização, (CONICET-FAPESP); e Território usado, urbanização e
circuitos da economia urbana na área concentrada da Argentina, (CONICET).
No
ano de 2017 a Profa. Maria Laura esteve na UFGD, ministrou disciplina na
pós-graduação e fez palestra na graduação, um privilégio para os alunos da
Geografia da UFGD.
Dentre suas obras estão:
O BRASIL: TERRITÓRIO E SOCIEDADE NO INÍCIO DO
SÉCULO XXI:
Tangeu-se a um trabalho realizado em conjunto com geógrafo Milton
Santos, demonstrando que o território brasileiro é o espaço nacional de uma
economia internacionalizada, constatando as particularidades do território, as
quais podem ser usadas a favor das grandes corporações como em benefício da
população.
CONTINENTE EM CHAMAS: GLOBALIZAÇÃO E TERRITÓRIO NA
AMÉRICA LATINA:
Decorre com base em obras de especialistas latino-americanos, tais como
Daniel Hiernaux-Nicolas, Luis Riffo e Lia Osorio Machado, dentre outros, o
livro aborda um estudo das novas dinâmicas e organização do território no ápice
das inovações de dados técnicos e políticos mundiais, desta forma colocando em
evidência a semelhança entre as transformações políticas e crises sociais,
econômicas, políticas e territoriais no panorama de cada país. Estas diversas
especificidades dos territórios nacionais exibe o modo a profundidade como
também a natureza de cada país na globalização em sua particular forma de
exclusão.
Fontes:
PETiano: Micael Petri
Lima Soares
Rogério Haesbaert da Costa: o geógrafo
da (des)territorialização
Rogerio Haesbaert
da Costa possui Licenciatura em Geografia, sendo formado em 1979 e Bacharelado
em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (1981). Mestrado em
Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), doutorado pela
Universidade de São Paulo (1995) e Pós-Doutorado em Geografia sob supervisão de
Doreen Massey pela Open University, Inglaterra (2003). Atualmente Professor
Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense e
Professor do Curso de Pós-Graduação em Políticas Ambientales y Territoriales da
Universidade de Buenos Aires. Vale ainda ressaltar que Haesbaert é bolsista de
produtividade em pesquisa do CNPq nível 1A.
O professor
Haesbaert no ano de 2017 ganhou o prêmio geógrafo destaque na ANPEGE (Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Geografia) por sua obra – um dos
geógrafos mais jovens a receber o prêmio
Seus trabalhos são focados nos
conceitos de Território e Região, no qual analisa a ideia de territorialização
e desterritorialização, identidade, territorialidade e migração. Entre suas
publicações destaca-se os livros “O Mito da Desterritorialização: do ‘fim dos
territórios’ à multiterritorialidade” (2004), “Regional-Global: dilemas da
região e da regionalização na Geografia contemporânea” (2010), “Viver no
limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de in-segurança e
contenção” (2014), “Des-Territorialização e Identidade: a rede ‘gaúcha’ no
Nordeste” (1997) e “Territórios Alternativos” (2002).
Tive o primeiro
contato com sua obra durante o primeiro semestre da graduação na disciplina
Geografia da População e quando o assunto é Território, Região,
Territorialidade, Migração e elementos da dinâmica populacional a leitura das
obras de Rogério Haesbaert é essencial.
Em seu livro “O
Mito da Desterritorialização”, o qual tive a oportunidade de ler, Haesbaert
discute, em um diálogo com outros autores como Gilles Deleuze e Foulcault,
a ideia de uma multiterritorialidade ou mesmo uma territorialização precária em
oposição à desterritorialização, fazendo uma análise do território, não como
algo fixo ou estático más sim como fruto da interação entre as relações sociais
e as relações de poder.
Suas colaborações
com a Geografia, na forma de palestras e conferências, estão disponíveis na
internet, links de acesso:
Alguns dos livros do professor Haesbaert:
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do
"fim dos territórios" à multiterritorialidade. 9. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2016. v. 1. 396p.
Sites Consultados
PETiano: Anderson Luiz
R. de Oliveira
Roberto Lobato Azevedo Corrêa
Roberto Lobato Azevedo Corrêa, Nascido em 05 de novembro de 1939. É Geografo e
professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez a sua
graduação na mesma Universidade em que leciona sendo formado em 1961 (Bacharel
e Licenciatura), possui Mestrado em Geografia Humana e Economia pela
Universidade de Strasbourg, na França em 1965, Master of Arts, Department of
Geography - The University of Chicago, Estados Unidos, em 1974, além de ser
Doutorado também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1999.
Ao falar de Roberto Lobato Corrêa me vem à memória um dos seus
principais livros que eu tive o prazer de lê, no qual tinha como principal tema
o Espaço Urbano, (que tem o mesmo título) fazendo uma análise de forma bem
didática e com uma linguagem bem simples sobre os principais conceitos em
geografia Urbana e tendo a cidade do Rio de Janeiro como o seu principal palco
de estudos. Mesmo o autor escrevendo o livro de forma bem simples e didática o livro
não perde a sua essência crítica, analisando os fatores que levam ao processo
de centralização (quando há uma concentração de comércio e infraestrutura em um
determinado local), descentralização (quando essa infraestrutura e comércio vão
para outras localidades da cidade) e de recentralização (quando o comércio e
infraestrutura voltam ao local de onde tinham saído) além de analisar as
principais causas e consequências que estes tipos de processos tem na vida das
pessoas que moram nos meios Urbanos.
O seu principal destaque e contribuição para a Geografia Brasileira vem
com os seus livros que abordam o tema da cultura na produção do Espaço
Brasileiro, se tornando um dos poucos geógrafos existente no Brasil que
abordaram este tema dentro da Geografia Brasileira, sendo que as suas
principais obras sobre o tema são: Espaço e Religião: Uma abordagem Geográfica
(1996); Paisagem Tempo e Cultura (1998); Matrizes da Geografia Cultural (2001);
Introdução a Geografia Cultural (2003); Paisagens, Texto e Identidade (2004);
Geografia: Temas sobre Cultura e Espaço (2005);
Literatura, música e espaço (2007); Espaço e Cultura, Pluralidade
Temática (2008); Cinema, Música e Espaço (2009); Economia Cultura e Espaço
(2010); Trilhas do Sagrado (2010); Geografia Cultural: Uma antologia (2012);
Cultura, Espaço e o Urbano.
Referências Bibliográficas
CORREA, R. L. A. O espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1986.
Sites Consultados
Petiano: Anderson
Aparecido
Antônio Carlos Robert
Moraes
Antônio Carlos Robert Moraes é geógrafo e escritor, dentre suas obras, está o
destacado livro “Geografia: pequena história crítica” (1981), no qual, o autor
exprime a partir de suas visões a estruturação da ciência geográfica, suas
mudanças e contextos desde as escolas Alemã e Francesa até a geografia crítica
evidenciada, o Brasil, a partir da década de 70. De clara importância, o livro
discute e retrata, as influências e o processo de formação dos estudos de
geografia no Brasil.
O autor, trabalhou em seus livros e artigos questões referentes à
metodologia, história da geografia e formação territorial do Brasil, pode-se
citar entre estes “Geografia Histórica do Brasil, capitalismos, território e
periferia” (2011), “A fazenda de Café” (1985). Suas discussões sobre a formação
territorial no Brasil tinham como base a geopolítica e as políticas
territoriais. Segundo a plataforma Lattes, Moraes atuou também “no campo das
políticas territoriais no Brasil e no exterior, sendo consultor do Estado e de
órgãos governamentais, com destaque para programas de ordenamento territorial
de áreas litorâneas[…]”.
Nascido em 1954 em Poços de Caldas – MG, graduou-se pela Universidade de
São Paulo (USP), em Geografia (1977) e Ciências Sociais (1979), nesta mesma
universidade obteve o título de mestre em 1983, doutor em 1991 e em 2000
defendeu a livre docência com a obra “Geografia, Capitalismo e Meio Ambiente”.
Foi ainda, professor titular no Departamento de Geografia da da Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) e coordenador do Departamento de Geografia
Política, até 2015, ano de seu falecimento.
Fontes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787160P7
Imagens:
livro A Fazenda de Café - https://www.estantevirtual.com.br/livros/antonio-carlos-robert-moraes/a-fazenda-de-cafe/3204140118
livro Geografia, pequena história critica -
https://m.ciadoslivros.com.br/geografia-pequena-historia-critica-310713-p41770
Foto do autor:
Petiana: Steffanny Pereira
João Afonso Zavattini
O professor Dr. João Afonso Zavattini é considerado um dos nomes
referencias no campo da Geografia Física, mais precisamente nos estudos de
Climatologia. Seus estudos na Climatologia se centram em análises rítmicas,
dinâmica das massas de ar e dos tipos de tempo, circulação atmosférica e
precipitações, classificação climática de base genética, além de outros tópicos
que englobam essa área de conhecimento. Entre seus estudos mais conhecidos, se
destaca sua tese de doutorado (1990) que mais tarde foi adaptada para um livro
(2009) - “As chuvas e as massas de ar no Estado de Mato Grosso do Sul: estudo
geográfico com vista à regionalização climática” - largamente utilizado,
principalmente nos estudos de Climatologia referentes ao estado de Mato Grosso
do Sul.
Seus estudos enfatizam as compreensões de clima levando em consideração
as dinâmicas atmosféricas resultadas da sucessão dos tipos de tempo, que por
sua vez são gerados pela participação dos mais diversos sistemas atmosféricos,
o que dá ao tempo uma compreensão de suas origens genéticas, conforme as
teorias apresentadas por Monteiro (1962) nas análises rítmicas, levando a
compreensão do clima à sucessão desses tipos de tempo em suas mais diversas
relações com o meio geográfico nas diferentes escalas do clima.
De acordo com a plataforma Lattes, Zavattini é Graduado em Geografia
pela UNESP de Presidente Prudente - SP (1977), mestre (1983) e doutor (1990) em
Geografia Física pela USP de São Paulo (SP), livre-docente em Climatologia
(2002) pela UNESP de Rio Claro (SP), onde atua como professor adjunto do
Departamento de Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas, e
pós-doutorado (2006/2007 e 2010/2011) pela Università degli Studi di Torino
(Itália).
PETiano: Gabriel
Farias
Ruy Moreira
Ruy Moreira nasceu em 31 de dezembro de 1941, é graduado (licenciado e
bacharel) em Geografia pela Universidade Federal de Rio de Janeiro- UFRJ
(1970), fez seu Mestrado na mesma Universidade (1984), Doutor em Geografia
(Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo- USP (1994) e Doutor Honoris
Causa pela Universidade Estadual do Ceará – UECE (2016). É Professor permanente
do curso de pós-graduação (mestrado e doutorado) da Universidade Federal
Fluminense- UFF, onde é aposentado pelo Departamento de Geografia, e professor
permanente do curso de pós-graduação (mestrado) em Geografia da FFP-UERJ.
Foi Presidente da Associação dos Geógrafos brasileiro (AGB) de
1980-1982, pode ser considerado um geógrafo critico brasileiro pois, participou
diretamente do movimento marxista de renovação da Geografia no ano de (1980),
suas pesquisas abordam a questão do ‘’método, epistemologia e ontologia’’ da
Geografia brasileira no intuito de concretizar a organização geográfica da
Formação espacial do Brasil, dentre suas principais obras publicadas ele faz
abordagens de suma importância como relações sociais e econômicas , homem e
meio, e trazendo várias linhas de pensamentos geográficos desde o principio,
para uma possível compreensão dos métodos utilizados para a formação socioespacial
brasileira. Essas reflexões que ele ressalta em suas obras, utilizando sua
geograficidade para explicar essa dinâmica de pensamentos da Geografia, tendo
como base desde as ‘matrizes’ da Geografia, até seus pressupostos atuais de
aplicação dessa maneira de ver o mundo.
PETiano: Thiago Batista
Biscaya de Souza
Pierre Monbeig
Pierre Monbeig foi um dos fundadores da USP, bem como se destaca como um
dos marcos da Geografia Brasileira. Geógrafo francês, Monbeig inaugurou um novo
pensamento na geografia brasileira, como membro da missão francesa para fundar
a USP, foi precursor de teorias primordiais na pesquisa geográfica, ou seja, a
observação de campo, a análise regional e as análises de situação. Com Monbeig,
a geografia brasileira inicia o processo de uma disciplina voltada para o
exercício da pesquisa, do ensino e para uma redefinição na relação entre
geografia física e humana.
Monbeig trouxe para o Brasil as contribuições da geografia francesa,
segundo CASSAB, 2010:
“Sua formação na Geografia francesa influenciou fortemente sua
prática, tanto no que concerne ao peso dado à História para a explicação da
realidade, quanto pela ênfase à descrição detalhada da paisagem e dos homens,
em especial da sociedade local, como elemento fundamental para a análise
geográfica”. (Cassab, 2010. P. 1-2)
Para Monbeig, o trabalho de campo constituía uma das especificidades
essenciais da geografia, pois para o autor, cabia a geografia estudar a
realidade como uma totalidade complexa.
Conheça mais sobre o autor: A Geografia de Pierre Monbeig
Milton Santos
Milton Santos é considerado o maior geógrafo brasileiro. Recebeu mais de
20 títulos de doutor honoris causa, escreveu mais de 40 livros e cerca de 300
artigos científicos. Lecionou nas mais conceituadas universidades da Europa e
das Américas e foi o único estudioso fora do mundo anglo-saxão a receber a mais
alta premiação internacional em sua especialidade, o Prêmio Vautrin Lud (1994),
considerado o Nobel da Geografia. Milton Santos também foi o primeiro negro a
obter o título de professor-emérito da Universidade de São Paulo.
Quer conhecer mais acesse o link:
PETiana: Andressa
Remelli
Aziz Ab'Saber
Nascido em 24 de outubro de 1924, Aziz Nacib Ab’Saber foi um grande
geógrafo e professor polivalente, laureado com as mais altas honrarias
científicas em geografia, arqueologia, geologia e ecologia. Considerado como
referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e a impactos ambientais
decorrentes das ações humanas, ganhador do Prêmio Internacional de Ecologia de
1998 e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente. Foi professor da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em que
mesmo aposentado desde o final do século XX, manteve-se em atividade até o fim
de sua vida em 16 de março de 2012.
Quer conhecer mais acesse o link:
http://petgeoufgd.blogspot.com.br/p/videos.html -
Vídeo sobre o autor.
PETiano: Wiliam Moreno
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Ariovaldo Umbelino de Oliveira é um dos mais renomados autores da
Geografia, ele é professor e Doutor em Geografia, atua como Livre-Docente da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas do Departamento de Geografia
Humana na Universidade de São Paulo-USP. Concentra sua produção acadêmica na
área de Geografia Agrária, entre suas principais obras estão "Agricultura
Camponesa no Brasil", "Geografia das Lutas no Campo", "Modo
Capitalista de Produção, Agricultura e Reforma Agrária". Cabe destacar
também o Prêmio Jabuti recebido em 1997, a premiação foi de melhor livro
didático. Ariovaldo foi e continua sendo uma das grandes referências da
Geografia, suas obras são de grande importância principalmente para os estudos
relacionados ao campo.
Quer conhecer mais acesse o link: Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
PETiano: Leonardo
Calixto
David Harvey
Nascido em 7 de dezembro de 1935 na Inglaterra. David Harvey foi
geógrafo e professor, trabalha com temas ligados à geografia urbana e ministra
aulas na Universidade da Cidade de Nova Iorque. Harvey lançou em 1969 seu primeiro
livro, intitulado Explanation in Geography que trata sobre a epistemologia da
geografia. Em outros livros, Harvey mudou o foco dos seus estudos para as
problemáticas urbanas. No livro The Limitsto Capital, o geógrafo se debruçou
sobre pensamentos marxistas e apresentou sua posição heterodoxa em relação às
teorias de Marx. Anos depois, foi defendido por FredericJameson e ganhou novo
fôlego entre os estudiosos.Algumas obras de David Harvey: A Justiça Social e a
Cidade, Para Entender o Capital, A Produção Capitalista do Espaço Condição
Pós-moderna, Espaços de Esperança Explanation in Geography, O Enigma do Capital
e as Crises do Capitalismo, O Novo Imperialismo Para Entender o Capital: Livro
I The Limitsto Capital.
PETiano: Wiliam Moreno
Maria da Graça Barros Sartori
Maria da Graça Barros Sartori, nascida em Julio de Castilhos/RS, Foi uma
professora, pesquisadora, geógrafa e climatologista brasileira. Iniciou seus
estudos em 1968 no curso de licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), focada na área de Geografia Física. Concluída a graduação em 1972,
imediatamente passou para o mestrado na Universidade de São Paulo (USP),
defendendo em 1979 a dissertação O Clima Urbano de Santa Maria – do Regional ao
Urbano, louvada pela originalidade de sua contribuição. Em seguida passou a dar
aulas no Curso de Geografia da Faculdade Imaculado Coração, em Santa Maria,
onde permaneceu até 1980, quando passou a lecionar na UFSM, ministrando várias
disciplinas, e chegando à posição de chefe do Departamento de Geociências entre
1992 e 1994.
Foi a fundadora do Mestrado em Geografia da UFSM e uma das fundadoras da
Associação Brasileira de Climatologia (ABClima), e como tal integrante do
Conselho Editorial da Revista Brasileira de Climatologia. É tida como uma
grande climatologista, tendo contribuído expressiva e originalmente para o
avanço desta ciência no Brasil. Seu falecimento foi marcado com uma nota de
pesar da ABClima, sendo descrita como “uma mulher íntegra, forte, corajosa,
elegante, além de excelente professora e pesquisadora”.
Sendo também homenageada no XI SBCG E V SPEC CoC UGI pela obra realizada
no livro sobre clima e percepção geográfica na qual a autora aborda os
fundamentos teóricos à percepção climática pelo homem que influencia seu
ajustamento ao meio atmosférico. Como os indivíduos percebem o tempo e o clima
é assunto principal no campo da percepção ambiental, influenciando nas suas
sensações de conforto e de desconforto físico e mental.
Maria da Graça, ao lado dos professores João Lima, Francisco Mendonça e
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro
PETiano: Edson Ribeiro
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro
Minha primeira lembrança do Prof.Carlos Augusto remete-me a o inicio de
minha graduação, quando ainda iniciava meu caminhar, minhas descobertas na área
da Climatologia. Mesmo passados mais de duas décadas lembro-me de como a
leitura de “A Frente Polar Atlântica e as chuvas de inverno na fachada
sul-oriental do Brasil” me arrebatou e descortinou aquilo que desejava fazer no
âmbito da Geografia. Um texto claro, coerente e, acima de tudo, com um
linguajar acessível, principalmente para aqueles que trilhavam os primeiros
passos – que era meu caso.
Anos depois outros atos marcam meus encontros com o Mestre, três
momentos ficaram registrados, o primeiro quando pude conhecê-lo pessoalmente,
durante o III Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, realizado em Salvador
no ano 1998, desse encontro guardei uma foto, hoje disponível no acervo de
fotos históricas da ABClima (www.abclima.ggf.br). Na ocasião lembro-me de sua
gentileza e de como fiquei contente em conhecer o autor das obras que lia.
Menardi Junior, amigo querido, pesquisador que trabalhou com o Prof.Carlos
Augusto, propiciou esse encontro.
O segundo momento foi em Florianópolis, no ano de 2003, quando da
realização do V-ENANPEGE. Caminhava eu, na época doutorando, simposista do
evento, pelo campus da UFSC e acabava de comprar o livro “Clima e
Excepcionalismo”, obra que tive a oportunidade de ler quando da realização do
mestrado. Nesse caminhar despretensioso de hora do almoço vi de longe o
Prof.Carlos Augusto caminhando serenamente, não resisti, fui ao seu encontro e
pedi que autografasse o livro. Lembro-me que me olhou e disse-me: “Menino ainda
há desse livro para vender? As pessoas ainda lêem essa obra?”. Daquele encontro
ficou uma risada espontânea, um gesto simples de afeto e o livro autografado
que ainda guardo na estante com carinho.
O terceiro momento, já como profissional, foi durante o X Simpósio
Brasileiro de Climatologia Geográfica, realizado em Manaus, durante a
assembleia geral da ABClima, logo após a eleição da Diretoria da Gestão
2012-2014 o Professor Carlos Augusto saiu do lugar que ocupava e caminhou-me em
minha direção, em um gesto dos mais importantes, parabenizou-me e desejou-me
uma excelente gestão.
Carlos Augusto foi um geógrafo muito a frente de seu tempo, é dele a
matriz do pensamento da climatologia brasileira, a Climatologia Geográfica. Sua
obra “Teoria Clima Urbano” publicada em 1976 é um marco nos estudos de clima
urbano e ainda hoje utilizada por geógrafos, arquitetos, engenheiros e
ambientalistas. Durante sua vida tem se dedicado a escrever sobre Geografia e
sua relação com a arte, à poesia, com obras romanescas, com a vida – para ele a
Geografia está em tudo cabe ao geógrafo ver isso. Conhecer sua obra é
apaixonante.
Conheça um pouco da vida e da obra do Professor Carlos Augusto:
Tutor PETGeografia: Charlei
Aparecido da Silva
Yves Lacoste
Nasceu em Fez, Marrocos em 1929, se formou em Paris na França e veio a
ser conhecido como um dos geógrafos mais críticos de todo mundo. Foi um dos
grandes inspiradores para a geografia brasileira, citado por Ruy Moreira em seu
livro - O pensamento geográfico brasileiro. Lacoste se filiou ao partido
comunista francês e desde então passou a se relacionar com importantes figuras
de movimentos sociais, como dos argelinos. Sempre interessado nos estudos sobre
os "países subdesenvolvidos" lançou um manuscrito sobre o tema, mas o
seu maior clássico foi o livro "A geografia, serve em primeiro lugar, para
fazer a guerra". Lacoste revelou técnicas Norte americanas para bombardear
diques durante a guerra do Vietnã, o que causou forte polêmica na opinião
pública dos EUA e do mundo. Yves teceu duras críticas a filósofos, geógrafos,
entre outros. Uma das suas grandes indagações, foi de que a geografia era usada
pelas mãos manipuladoras, para controlar e dominar as massas, como as técnicas
usadas em guerras, citadas em sua principal obra.
PETiano: João Paulo
Falcão
Éliséé Reclus
Éliséé Reclus (Sainte-Foy-la-Grande, 1830 – Torhout, 1905) Geógrafo e
anarquista francês. Reclus fora aluno do Geografo alemão Carl Ritter, em 1851,
na Universidade de Berlim. No mesmo ano Reclus retorna a França para lutar
junto a outros franceses contra o golpe de Estado de Luis Napoleão. Com o
sucesso do golpe, Reclus fora obrigado a exilar-se e na Inglaterra, acusado de
ideias e práticas revolucionárias.
Reclus teve participação ativa na Comuna de Paris, em 1871, sendo este
responsável pela biblioteca nacional. Ainda no mesmo ano, com o fim da Comuna
sobre forte pressão do governo Frances e das tropas alemãs, Reclus foi preso e
deportado para a Nova Caledônia junto a outros communards. Banido da frança por
dez anos, visitou a América, a África e a Ásia. Realizou sua última grande
viagem conhecendo a América do Sul, em 1893, onde visitou o Brasil. Ao final
deste ano mudou-se para a Suíça, onde participou da Federação Jurassiana, uma
organização operária impulsionada pelos anarquistas que haviam sido expulsos da
Primeira Internacional.
Reclus mudou-se para Bruxelas, na Bélgica em 1894, onde trabalhou para a
criação da Universidade Nova e do Instituto de Altos Estudo. Reclus contribuiu
para diversas publicações, dentre as quais destacam-se Nova Geografia
universal: a terra e os homens (dez volumes) e O homem e a terra (6 volumes)
“Sou geógrafo, mas antes de tudo sou anarquista”
Longe de prestar-se às manipulações ideológico-científicas, a orientação
libertária de Reclus é a garantia de uma independência, de um juízo crítico e
de uma honestidade indispensável a toda pesquisa sincera. As contribuições de
Reclus vão além do “possibilismo” clássio e da corrente “determinista”, sem
ignorar a existência de leis geográficas.
Do mesmo modo que sua geografia era fundamental para seu anarquismo, seu
anarquismo enriqueceu sua geografia. Não podemos compreender Reclus se
observarmos um sem a outra.
As “três leis” de Reclus
A luta de classes, a busca do equilíbrio e a decisão soberana do
indivíduo, tais são as três ordens de fatos que nos revela o estudo da
geografia social, e que, no caos das coisas, mostram-se bastante constates para
que possamos dar-lhes o nome de leis, escreve Reclus em seu prefácio de O homem
e a terra.
Essas leis são compreendidas como princípios gerais que não se confundem
com simples mecanismos impiedosos; por sua prudência estilística, Reclus faz
questão de ressaltá-los. Essas três leis constituem uma imensa contribuição por
parte de Reclus, e a geografia está longe de ter explorado todas as suas
incidências. Tomadas uma a uma, elas traduzem os avanços nas ciências sociais
da época e as próprias preocupações de Reclus.
Por tanto, para além das questões políticas, a contribuição de Reclus
baseava-se no reconhecimento da luta de classes, na busca pelo equilíbrio
perdido em função da dominação de uma classe pela outra, e no reconhecimento do
indivíduo, sem o qual não existe sociedade, sua concepção de educação é sempre
pautada no indivíduo, na sua educação integral para que o mesmo atinja um nível
de aperfeiçoamento capaz de levar as sociedades humanas à liberdade e no
trabalho de campo.
A liberdade é entendida por Reclus, não somente como aquela da livre
expressão, do livre pensar, mas como o direito ao pão, aos meios de produção,
pela justa distribuição e o direito ao conhecimento, o alimento espiritual
essencial, sem o qual não há liberdade.
Por fim, Élisée Reclus, se não é o geógrafo de maior produção, está
entre os que mais produziram conteúdo, somente o Nova Geografia Universal,
foram 17.873 páginas, 4.290 mapas e mais ou menos 1.000 fíguras, a essa obra
seguiu-se O homem e a terra, em seis volumes de 3.589 páginas, sem deixar de
considerar os seus 2 volumes de Le Terre e os demais escritos realizados nos
períodos em que esteve viajando o mundo como os textos sobre a Escravidão nos
Estados Unidos, sobre a Colômbia ou sobre a Colonização do Brasil.
PETiano: Igor Vinicius
Venâncio
Paul Vidal de La Blache
No século XIX a ciência geográfica seria invadida pela ideia
positivista, naturalista de Vidal de La Blache. O francês nascido em Pézenas,
França em 1845, conceituou a geografia como a ciência dos lugares, para ele o
objeto da ciência geográfica está na relação do homem e a natureza. Tendo o
homem a possibilidade de dominar a natureza por meio da técnica. Vidal da La
Blache é importante também no que concerne à Escola Francesa de Geografia,
sendo um de seus precursores e fundador da revista Annales de Géographie (1891)
um dos mais importantes periódicos do mundo. Suas concepções e métodos, como o
de observação e descrição de paisagens, influenciaram estudos por toda a França
e outros grandes nomes da área. Escritor de várias obras, onde trata da
geografia humana, política entre outros assuntos. A obra intitulada Princípios
de uma Geografia Humana, está disponível na biblioteca da Universidade Federal da
Grande Dourados.
PETiana: Steffanny
Pereira
Francisco de Assis Mendonça
O Professor Francisco de Assis Mendonça graduado em Geografia pela
Universidade Federal de Goiás (UFG), mestre em Geografia Física e Meio Ambiente
pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em Clima e Planejamento Urbano
também pela USP e pós-doutor em Epistemologia da Geografia na Universidade de
Sorbonne em Paris, França. É um dos nomes de grande importância para a
geografia brasileira como um todo.
Contribuiu e vem contribuindo para a ciência ao se falar sobre questões
entre as áreas física e humana, além de desenvolver pensamentos acerca da
relação sociedade e natureza/homem e meio ambiente. Segundo ele, “Sociedade e
natureza fazem parte de um só plano, de uma só condição de existência.” Talvez
por esta razão também tenha se dedicado à climatologia e sua influência em
nosso dia a dia trazendo questionamentos como a qualidade do ar que respiramos
ou os possíveis fatores humanos de interferência na escala climática global.
PETiana: Mirlla Casimiro
Arlete Moises Rodrigues
Ler alguma obra de Arlete Moises Rodrigues faz parte da bibliografia
básica da maioria que pretende entender, pesquisar, analisar o espaço urbano.
Mulher, paulista, licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo em
1971, mestrado em Geografia pela Universidade de São Paulo e doutorado em
Geografia também pela Universidade de São Paulo (1988). Já atuou como docente
em Geografia pela UNICAMP. Tem experiência na área de Geografia Urbana atuando
principalmente nos temas: cidade, espaço urbano, estatuto da cidade, ambiente,
problemática ambiental urbana, e movimentos populares. De 1988 a 1990 foi
presidente da AGB-Associação dos Geógrafos Brasileiros. Atualmente é professora
colaboradora ms4 - Universidade Estadual de Campinas.
Assim como a maioria dos geógrafos e professores de referência, é
escritora. Entre seus livros encontram-se duas obras disponíveis para download
em seu blog (http://arletemoysesrodrigues.blogspot.com.br/) são: “Produção e
Consumo do e no Espaço: Problemática Ambiental Urbana”, “Na Procura do Lugar o
Encontro da Identidade. Ocupação Coletiva da Terra. Osasco-SP”. O livro que
destaco entre suas maiores obras é “Moradia nas Cidades Brasileiras”
(Disponível na Biblioteca da UFGD), onde Rodrigues evidencia que morar é
preciso, é uma realidade evidente, analisa os problemas habitacionais em nosso
país, especialmente nas grandes cidades, analisa as condições de vida nos
cortiços, favelas, vilas operárias e casas de aluguel, formando uma situação
atual da moradia popular nas cidades brasileiras, da especulação imobiliária e
dos movimentos sociais que reivindicam o direito pela habitação.
Além de livros, Rodrigues é autora de vários artigos originalmente
publicados em livros como, “sociedade em movimento território da metrópole”,
“Produção do espaço urbano” e muito mais. Produziu importantes artigos, dentre
eles: “A Cidade como Direito”, “Direito à Cidade e o Estatuto da Cidade” e “El
Aumento del Número de Estados y su Fraglidad Interna”. Também é nome de extrema
importância nacional em mesas redondas, debates, entrevistas e conferencias na
área da Geografia e Espaço Urbano.
Enfim, Rodrigues até parece que é mais de uma pelo número de trabalhos
que realizou e realiza em benefício da ciência geográfica, e segundo nossa
professora Maria José, é uma pessoa muito direta e que não faz rodeios para
dizer o que pensa. Ou seja, é bem autentica.
PETiana: Lidiane
Cristina Garcia
Maria Encarnação Beltrão Sposito
Graduação em Geografia, Licenciatura e Bacharelado, pela Universidade
Estadual Paulista (1977), Campus de Presidente Prudente. Mestrado em Geografia
pela Universidade Estadual Paulista (1984), Campus de Rio Claro. Doutorado em
Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1991). Realizou
estágio pós-doutoral em Geografia na Université de Paris I - Sorbonne (1995).
Obteve o título de Livre Docência, em Geografia Urbana, na UNESP, Campus de
Presidente Prudente, em 2005. Atualmente, é docente dos cursos de Graduação,
Mestrado e Doutorado em Geografia da instituição em que trabalha como
professora titular do Departamento de Geografia daUNESP, Campus de Presidente
Prudente. Coordena a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe). Tem
experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando
principalmente nos seguintes temas: produção do espaço urbano, estruturação
urbana e cidades médias.
Mais sobre a autora no link: Maria Encarnação Beltrão Sposito
O Renascimento Urbano e a conformação da urbanização sob o modo de
produção capitalista (Capitalismo Mercantil).
Breve relato do livro
A cidade como espaço de suma importância, e a urbanização como processo
expressivo e extenso a nível mundial a partir do capitalismo.
O processo de retomada da urbanização, do renascimento das cidades, foi
possível pela reativação do comércio, enquanto atividade econômica urbana. Ao
se desenvolver, esse comércio foi criando as condições para a estruturação do
modo de produção capitalista e, simultaneamente, a destruição dos pilares da
economia feudal (o latifúndio, sua economia fechada e a servidão).
O papel dos Estados Nacionais Absolutistas (a urbanização moderna):
Grande reforço do processo de urbanização. Este reforço decorreu do fim do
monopólio feudal sobre a produção alimentar e do fim do monopólio sobre a
produção manufatureira, estimulando as manufaturas e enfraquecendo as
corporações de ofício que limitava a produção. Além do mais a formação dos
Estados Nacionais Absolutistas permitiu o adensamento populacional na medida em
que o aparato político-administrativo que dava amparo ao Estado propiciou o
aparecimento de uma burocracia numerosa e a formação de exércitos permanentes.
Acesse o link: Capitalismo e Urbanização - Sposito
PETiano: Julio Gonçalves
Antonio Christofoletti
Antonio Christofoletti nasceu no dia 13 de junho de 1936, em Rio Claro,
São Paulo, filho de imigrantes italianos. Possui graduação em Geografia (Licenciatura)
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1986), graduação
em Geografia (Bacharelado) - UNESP (1986), mestrado em Geografia (Geografia
Física) pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Geociências e Meio
Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(1998).
O geógrafo atuou principalmente nos seguintes temas da Geografia:
Climatologia Geográfica, Hidrologia, Geometria Fractal aplicada em Geografia
Física o professor Antonio Chistofoletti teve como orientador o professor
doutor Aziz Nacib Ab´Saber, ao qual dizia ser grande mestre e amigo.
Christofoletti faleceu em 11 de Janeiro de 1999, em sua cidade natal, onde
trabalhou e escreveu as suas principais obras citadas, deixando uma imensa
contribuição à geografia brasileira do séc. XX.
Em seus estudos Christofoletti demonstrou maior interesse nos estudos
referentes à Geografia Física, tendo divulgado obras mais específicas e de
cunho mais quantitativista, como em: "Geomorfologia" e
"Geomorfologia Fluvial". Além disso, seus estudos sobre a Teoria dos
Sistemas é mais bem trabalhado em "Análise de Sistemas em Geografia",
em que as ideias trabalhadas pelo autor nesta obra giram em torno da ideia de
que a maior parte dos sistemas envolvidos em análise ambiental estão dentro de
um ambiente, que faz parte de um conjunto maior, esse conjunto maior, terá
vários subsistemas, que se auto-influenciam, ou seja, seria uma concepção
sistêmica de uma totatlidade.
Christofoletti deixou muitos artigos, um grande acervo e contribuiu para
que a biblioteca da UNESP de Rio Claro - onde atuou como professor assistente
doutor-tivesse um dos maiores acervos da América Latina. Suas principais obras
são: Geomorfologia, Sistemas de Informação Geográfica, Dicionário Ilustrado (em
parceria com Armandio L. de A. Teixeira), As características da nova geografia.
In Perspectivas da geografia, Modelagem de Sistemas Ambientais, Análise de
Sistemas em Geografia e Geomorfologia Fluvial.
Sua coleção de livros foi adquirida pela Universidade Estadual de
Campinas e hoje está disponível para consulta pública na biblioteca Conrado
Paschoale do Instituto de Geociências, no campus de Campinas.
A Lei n° 11.650, de 13 de janeiro de 2004 dá denominação de "Prof.
Antonio Christofoletti" ao viaduto localizado sobre a Rodovia Washington
Luiz - SP 310, no km 172,5, no Município de Rio Claro - SP.
PETiano: Julio Gonçalves
Josué de Castro
Josué de Castro nasceu em Recife no estado de Pernambuco dia 5 de
setembro no ano de 1908. Tem por formação médico, mas se tornou um grande
pensador da geografia, foi também professor e parlamentar, teve muita
influência nacional e internacional nos anos de 1930 e 1974.
Josué se formou em medicina no Rio de
Janeiro, depois de formado voltou para a capital pernambucana por preocupação
com a saúde da população, lá seus trabalhos eram desenvolvidos em torno da
alimentação e habitação de Recife. As pesquisas mostraram que sua preocupação
era verdadeira, a questão da fome era um grande problema social. Ele acreditava
que o desnível social existia por causa das diferenças econômicas e sociais
presentes naquele período (que se fazem ainda nos dias atuais), assim sendo
contrário aos estudos que diziam que as diferenças haviam por condições
físicas, climáticas ou étnicas, que a escassez de alimentos não se dava por
excesso populacional. Nessa época escreveu o livro “Condições de Vida da Classe
Operaria do Recife”.
Em 1935 voltou para o Rio, lecionou Antropologia na Universidade do
Distrito Federal, dois anos depois foi para Universidade do Brasil onde ocupou
interinamente a cátedra de Geografia Humana. Fez trabalhos em missões do
governo federal. Fundou a Sociedade Brasileira de Alimentação foi eleito
presidente do Conselho da Food and Agricultural Organization, passando a viajar
por vários países para ver os problemas da fome, escreveu suas ideias no livro
“Geografia da Fome” em 1952. Além disso, foi deputado federal por Pernambuco e
embaixador do Brasil, porém o presidente João Goulart foi deposto por um golpe
militar e Josué de Castro perdeu seus direitos. Exilado, foi para Paris, onde
foi nomeado professor de Geografia na Universidade de Vicennes. Josué morreu no
dia 24 de setembro de 1974 em Paris.
PETiana: Mirlla Casimiro
Paulo Cesar da Costa Gomes
O geógrafo brasileiro Paulo Cesar da Costa Gomes possui graduação (1980) e mestrado (1988) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, alcançando o título de doutor em Geografia pela Sorbonne - Université de Paris IV (1992) com orientação de Paul Claval.Paulo Gomes apresenta diversas contribuições para o pensamento geográfico em seus trabalhos ao apresentar discussões sobre a epistemologia da Geografia (Geografia e Modernidade – 1996), além de suas produções na área da Geografia Cultural. Suas preocupações estão voltadas para a forma como se produz conhecimento em Geografia.No dia 23 de novembro de 2020, o Prof. Paulo Cesar participou do projeto: “Diálogos on-line em tempos de COVID-19”, abordando “A imaginação geográfica e seus desafios temáticos e metodológicos”. Aqui, o professor nos apresenta o exercício do raciocínio geográfico, demonstrando a importância de se pensar os fenômenos de maneira geográfica, ou seja, “a partir do jogo, das tramas e interações que estes têm a partir de sua localização”. Vale a pena conferir. Segue o link da fala realizada em nosso canal no Youtube.
A imaginação geográfica e seus desafios temáticos e metodológicos
PETiano: Anderson Luiz
Jean
Tricart
Jean
Tricart foi um dos mais importantes geógrafos físicos já existentes, sendo
bastante reconhecido pelo seu trabalho tanto no Brasil como na França. Nascido
em 1920, teve toda a sua formação na Universidade de Paris I, se tornando
professor da Universidade de Estrasburgo, onde trabalhou até o ano 1987. Se
tornou amplamente conhecido pelos seus trabalhos em geografia física,
envolvendo principalmente a geomorfologia, paisagem e o clima como áreas de
extrema importância para a Geografia enquanto ciência, conseguindo relacionar
os problemas ambientais com as características de uso e apropriação econômica e
social dada a determinadas porções do Espaço Geográfico.
O
geografo foi um dos pioneiros na introdução do pensamento geossistêmico,
demonstrando com maestria a inter-relação entras as áreas da geografia física
como: a climatologia, geomorfologia e geologia com as da geografia humana,
como: Geografia Agrária e Geografia Urbana. Jean Tricart chegou a publicar em
torno de 620 trabalhos referentes a geomorfologia e a geografia física, sendo
publicados em mais de 10 países e publicados em mais de 15 línguas. Destes 620
trabalhos mais de 60 deles foram sobre o Brasil, decorrentes da década de 1950
aonde conheceu o País e foi colaborador de algumas universidades Brasileiras,
sendo entre elas a UFBA, UFF e a USP; trabalhando também como consultor do
Projeto Radam Brasil.
Ao
falar deste incrível Geografo e Geomorfólogo, apesar de sua trajetória
acadêmica e profissional mais que notável, é impossível falar deste autor sem
falar de uma de suas obras mais importante não só para o Brasil mas também para
a Geografia como um todo que é a Obra intitulada de “Ecodinâmica” lançada no
ano de 1997, é nesta obra aonde ele se destaca pela introdução do pensamento
geossistêmico para a Geografia física, conseguindo trazer uma visão ecológica aos
problemas ambientais demonstrados neste livro, sem deixar de relacionar com a
realidade econômica e social das áreas estudadas.
É neste livro aonde o autor vai criar as
classificações ecodinâmicas do meio ambiente, as dividindo entre: Meios
Estáveis, Meios Integrados e Meios fortemente instáveis. O principal motivo do
autor ter criado esta classificação se dava pelo fato de que, ao analisar os
aspectos climáticos, geomorfológicos e geológicos de determinadas áreas de
estudo, ele observou que o uso econômico e social dada a estas áreas, na
maioria das vezes eram incompatíveis, com os aspectos físicos e ambientais
presentes, sendo o principal fator de desencadeamento dos tidos “desastres
naturais”, sendo assim, a classificação criada pelo autor leva em conta tanto
os aspectos físicos e ambientais da área estudada como também o uso econômico e
social dada para a mesma, indicando qual forma de apropriação poderia ser a
mais adequada.
Outro fato importante a ser destacado deste
Livro, é que os seus estudos de casos apresentados para explicar a sua classificação
e os motivos que as enquadravam, se deu no período das suas pesquisas realizadas
durantes a sua passagem pelo Brasil, apresentando estudos de caso em Estados
como Paraná, São Paulo, Goiás e até mesmo da região da floresta Amazônica, se tornando
um livro de referência até os dias atuais para Geógrafos que estudam impactos
ambientais e para geógrafos que trabalham com a geografia física e com o estudo
da paisagem enquanto categoria de análise.
Figura
1. Imagem da Capa do Livro Ecodinâmica (Salvo em Formato Digital)
De maneira geral, pode – se afirmar que todo o trabalho deste importante
geógrafo, além de ter sido pioneiro na introdução do pensamento geossistêmico,
as suas pesquisas realizadas no Brasil foram uma importante porta de entrada
para as pesquisas ambientais que viriam a seguir, trazendo destaque tanto para
a geografia como para os geógrafos que aplicaram as suas pesquisas e estudos em
geografia física para o entendimento da realidade física e ambiental do país, relacionando
estes aspectos com a realidade econômica e social do mesmo, indicando também
quais caminhos o Brasil deveria seguir para superar as suas desigualdades
sociais e problemas econômicos, sem
deixar de lado o meio ambiente, entre estes geógrafos podemos destacar Aziz
Ab’Saber, Jurandyr Ross e Valter Casseti. Por este motivo, não é exagero dizer
que, apesar de já falecido desde 2003, Jean Tricart continua vivo por meio das
suas obras, obras estas que transcendem o tempo.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
DIAS, Janise;
SANTOS, Leonardo. A paisagem e o geossistema como possibilidade de leitura da
expressão do espaço socioambiental Rural. CONFINS: Revista Franco
Brasileira de Geografia, Franca/Brasil, ano 1 /2007, v. 1, n. 1, ed. 1, p. 1 -
18, 2007. DOI 10.4000/confins.10. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/10?lang=pt.
Acesso em: 7
maio 2020.
TRICART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20%20RJ/ecodinamica.pdf
TRICART, Jean. A terra: planeta vivo. Lisboa: Presença,
1995.
SILVA, Teresa Cardoso da. Jean Tricart:
(16/06/1920 - 06/05/2003). Revista Geosul, Florianópolis - SC, ano 2003,
v. 18, ed. 35, p. 149 - 152, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/13607/12473. Acesso em: 6 maio 2020.
Sites Consultados:
PETiano:
Anderson Aparecido Santos da Silva.
Lana de Souza Cavalcanti
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8827112569170294
Lana de Souza Cavalcanti é
graduada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Goiás – UFG
(1979), realizou seu mestrado na área de Educação pela UFG em (1990), fez seu
doutorado em Geografia pela Universidade de São Paulo – USP (1996), e pós-doutorado
na Universidade Complutense de Madrid/Espanha. A geógrafa da área de Educação
Lana é bolsista produtividade 1D pelo CNPq, atualmente é Professora titular
pela Universidade de Goiás. Possui experiência na área de Geografia e do
Ensino, com ênfase em Geografia Urbana.
Em suas discussões que margeiam a relação do Ensino no
âmbito da Geografia, Lana destaca a contemporaneidade da Geografia, ressaltando
que no processo de análise precisamos compreender as escalas do mundo
globalizado, e para isso ela utiliza o método do raciocínio espacial na relação
de ensino-aprendizagem, no intuito de desenvolver nos alunos uma visão ampla de
mundo/ um outro olhar geográfico diante de fatos entrelaçados na sociedade
contemporânea. Destaca também a importância do ensino de Geografia no processo
educacional, abordando a importância da interação entre o Educador e os alunos
para a construção do conhecimento que é feito a partir de trocas, reconhecendo
cada sujeito atuante nessa relação e suas especificidades.
PETiano: Thiago Batista Biscaya de
Souza
Adáuto de Oliveira
Souza
Adáuto de Oliveira
Souza, possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul (UFMS) em 1986, graduação em Estudos Sociais pela Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul (UFMS) em 1983, mestrado em Geografia pela Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Presidente Prudente (UNESP) em 1995 e
doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP)
em 2002.
Atualmente é
Professor Titular Aposentado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Atua na área de Geografia com ênfase em Políticas Públicas Espaciais, atuando
principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento regional, planejamento regional,
relação público-privado e processos de industrialização, além da área de ensino
em Estágio Supervisionado. Na Pós-graduação é Pesquisador Sênior UFGD -
Mestrado e Doutorado - orienta trabalhos relacionados à logística e
transportes; ordenamento territorial e fronteira; políticas de saúde e
assistência farmacêutica, parcerias público-privada
Em toda sua
carreira publicou diversos trabalhos que se tornaram referencia em suas áreas e
um de seus importantes trabalhos em sua trajetória acadêmica, trata-se de sua
tese de Doutorado intitulada como “A estratégia dos distritos industriais como
instrumento para o desenvolvimento regional e sua aplicabilidade em MS”, onde o
próprio traz-nos uma reflexão sobre a importância dos distritos industriais,
importância de cidades pólo para um desenvolvimento regional e necessidades de
políticas publicas para uma industrialização planejada, tratando mais
especificamente da região Grande Dourados.
PETiano: Umberto de Andrade
Filho
Bertha Becker: a
"cientista da Amazônia"
Bertha Koiffmann Becker foi uma das geógrafas brasileiras mais
importantes, sendo umas das matrizes do pensamento geográfico brasileiro.
Becker foi precursora nos estudos sobre a região amazônica, tendo como foco de
pesquisa a “Geopolítica da Amazônia”. A geógrafa assistiu ao nascimento
do CNPq (1951) e a institucionalização da pesquisa científica no Brasil, tendo
se formado em Geografia e História em 1952 pela Universidade do Brasil.
Tornou-se Doutora e Livre-Docente em Geografia pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro em 1970.
Atualmente é professora Emérita da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e coordenadora do Laboratório de Gestão do Território –
LAGET/UFRJ. Seus estudos se voltam aos processos de ocupação/povoamento
da Amazônia somado as alianças e conflitos entre os atores desse processo, com
ênfase no Estado, que passou a ter um papel central na política de ocupação da
região, principalmente na década de 1970.
Por tanto, suas análises se dão a partir da Geopolítica, que analisa as
relações entre poder e o espaço geográfico. Para qualquer estudo sobre a
região amazônica, a leitura da geógrafa Bertha Becker é imprescindível.
Para conhecer um pouco mais sobre o pensamento da pesquisadora,
recomendo os links abaixo:
Cientistas do Brasil. UNIVESP TV:
https://www.youtube.com/watch?v=joKzHQohaMY&t=7s
Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9164795594647563
Geopolítica da Amazônia (Artigo):
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100005
PETiano: Anderson Luiz R. de Oliveira
Friedrich Ratzel
Friedrich Ratzel
nasceu no ano de 1844, na Alemanha. Foi um dos principais teóricos clássicos da
Geografia, precursor da Geopolítica e do determinismo geográfico, ele elaborou
as ideias fundamentais para a compreensão da Geografia moderna. Além de suas obras
mais conhecidas que foram Antropogeografia e Geografia Política, Ratzel
elaborou alguns conceitos como:
Determinismo
geográfico: essa teoria é definida a partir da ideia de que o homem é produto
do meio, ou seja, as condições do meio ambiente determinam a vida em sociedade.
Esse pensamento foi influenciado pelas obras de Darwin, onde ele postula a
ideia da evolução onde a espécie que melhor se adapta ao meio, sobrevive e se
estabelece. Ratzel aplicou essas ideias na sociedade, onde os seres humanos, etnias
e raças com melhor adaptação venceriam e dominariam os povos considerados
inferiores. Porém de fato não se pode dizer que Ratzel era determinista, pois
naquele momento não havia a consolidação desse termo (determinismo geográfico).
Assim entendo que, os estudos e pesquisas o levavam a pensar como se davam
esses processos e efeitos da colonização, do domínio e da sobrevivência de um
povo.
Espaço vital: a
partir do pensamento de que o Estado é o ápice da organização social para se
defender, construir ou expandir e que essa organização aconteceria de forma
natural em qualquer sociedade “avançada”, Ratzel elaborou o conceito de Espaço
Vital que é definido como “as condições espaciais e naturais para a manutenção
ou consolidação do poder do Estado sobre o seu território, ou seja, seriam as
condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada sociedade ou
povo”.
Esses conceitos
justificaram durante muito tempo a colonização e o nazismo, pois de acordo eles
o Estado mais organizado, fortalecido e adaptado ao seu local tinha mais poder
sobre outros povos que estavam em situações mais fragilizadas ou que viviam com
uma outra visão de mundo, em outro ritmo. Como exemplo disso, posso citar a
colonização brasileira. Diversas etnias indígenas se organizavam e viviam sob
lógicas sociais próprias, quando os portugueses chegaram no Brasil achando que
eram mais desenvolvidos (evoluídos) e que aqueles povos que aqui moravam eram
inferiores e “sem alma”, o que justificava a catequização para a posterior
exploração da mão de obra dos indígenas.
Carl Sauer
Carl Sauer (Carl Ortwin Sauer, 1889-1975), foi um geógrafo estadunidense, nascido no estado de Missouri, com pais de origem alemã. Sauer é considerado um dos principais nomes da história do pensamento geográfico, sendo um dos precursores da chamada Geografia Cultural. O mesmo foi líder da “Escola de Berkeley”. Tendo grande importância para a academia, além de fazer diversas contribuições para várias áreas do conhecimento.
Sauer fez inúmeros
estudos observando a paisagens e as influências do homem na mesma, uma de suas
principais obras é o livro “The Morfology of Landscape” (A Morfologia da
Paisagem), produzido no ano de 1925, no qual tece algumas de suas principais
considerações sobre a Geografia e os rumos da área cultural. Neste trabalho,
Sauer revitaliza a Corologia como área de estudo importante da ciência
geográfica. O autor valorizava as relações entre o homem e o ambiente,
concebendo a paisagem como um habitat e rompendo com as premissas que traziam
esse conceito em uma perspectiva formal, funcional e genética, aplicando o
conceito do determinismo cultural como determinante a paisagem. Em uma de suas
frases, o mesmo afirma que “o último agente que modifica a superfície da Terra
é o homem”. Assim, o ser humano deve ser considerado como um “agente
geomorfológico”, que intervém e ressignifica as feições superficiais
terrestres.
O autor trouxe
diversas contribuições para a Geografia, como a valorização do aspecto cultural
na perspectiva antropocêntrica; a manutenção do respeito sobre temas
concernentes ao mundo vivido, abrindo perspectivas sobre a percepção do ser
sobre o real; destaque para a interdisciplinaridade entre Geografia e as
ciências humanas em geral, além da Filosofia; a valorização do trabalho de
campo como forma de desmitificar ideias concebidas a priori.
Carl Sauer entendia
como importante para a Geografia o entendimento sobre o mundo vivido, isto é, o
espaço conforme apreendido pelas diferentes pessoas, a partir de suas
influências culturais. Afinal cada indivíduo é único, pensa e vê o mundo por
perspectivas diferentes.
Referências:
PENA, Rodolfo F.
Alves. "Carl Sauer"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/carl-sauer.htm. Acesso em 16 de
outubro de 2019.
[1] HOLZER, W. Nossos
Clássicos: Carl Sauer (1889-1975). GEOgraphia. Ano II, nº4, 2000. p.135-13
Geografia cultural de
Carl Sauer; Geo Mestrepedia. Disponível em:
https://geomestrepedia.blogspot.com/2016/06/geografia-cultural-de-carl-sauer.html
Fontes das imagens:
PETiana: Karinny Fabiano da
silva
MAXIMILIEN SORRE
MAXIMILIEN SORRE - nasceu no dia 16 de julho de 1880 em
Rennes na França e morreu no dia 10 de agosto de 1962. É um geógrafo francês,
atuou na área da Geografia, Biologia e Ciências Sociais, sendo reconhecido
mundialmente. Max Sorre foi um seguidor da Escola de Geografia
possibilista. Formou-se professor até a Primeira Guerra Mundial. Foi
discípulo de Paul Vidal de la Blache, foi quem mais avançou nas relações entre
homem-natureza utilizando o conceito de “gênero de vida”, que falava da relação
entre a população e os recursos em uma situação de equilíbrio, construída
historicamente pelas sociedades. A ideia de que a Geografia deve estudar as
formas pelas quais os homens organizam seu meio, entendendo o espaço como a
morada do homem. O habitat é então uma construção humana, uma humanização do
meio, que expressa às múltiplas relações entre o homem e o ambiente vivido. Max
Sorre observa que a geografia produzida é a ecologia do homem, se estabelecendo
como a relação dos grupos humanos com seu ambiente.
Outro conceito importante de Maximilien Sorre foi o de “Complexos
Patogênicos” que, estudado sobre a ótica da Geografia Humana, conseguiu
aproximar a Geografia aos estudos de Epidemiologia, levando a Geografia a se
ramificar e fazer estudos dentro de uma área da Geografia Médica.
PETiana: Ana Carla Barbosa
Cardoso
ZENY ROSENDAHL
Compreender a
relevância dos trabalhos e pesquisas de geógrafas faz parte de um processo de
reconhecimento e visibilidade das mulheres que, por muitas vezes, foram
silenciadas ao longo da história, não tendo direito de escrever sobre seu ponto
de vista, suas próprias narrativas.
Muitos são os
percalços que nós mulheres pesquisadoras em Geografia, e das demais ciências,
enfrentamos ao longo da trajetória acadêmica e, por isso, não pude deixar de
escolher discorrer sobre Zeny Rosendahl.
Atualmente é
professora do Programa de Apoio à Pesquisa e Docência da UERJ, possui graduação
e mestrado em Geografia pela UERJ, concluiu seu doutorado em 1994, pela USP e
seu doutorado em 1997, na Universidade Sourbonne, França. Zeny é fundadora do
Programa de Extensão em Estudos Avançados em Geografia, Religião e Cultura
(PEAGERC) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC).
Atua continuamente,
desde 1994, em pesquisa na área de Geografia, com ênfase em Geografia Cultural,
principalmente na temática da religião. Suas pesquisas atravessam temas como:
difusão e área de abrangência da fé; território e territorialidade religiosa;
espaço e lugar sagrado – percepção e simbolismo.
Por meio das
reflexões sobre as marcas e matrizes dos comportamentos étnico-religiosos na
formação do território brasileiro e a dinâmica espacial da fé na
hipermodernidade, fui atraída por suas pesquisas, principalmente após a leitura
do livro: “Introdução à geografia cultural”, organizado por ela em conjunto com
Roberto Lobato Corrêa. Pioneira nesse quesito, a geógrafa trata das
manifestações de fé, não como eventos isolados, mas aborda de maneira
geográfica as matrizes culturais e a dispersão geográfica dessas culturas no
Brasil. Inclusive colocando o foco nas narrativas de mulheres e problematizando
o universo feminino nas práticas religiosas e culturais.
PETiana: Andressa Silva
Hoffmann
Fabiano de Oliveira Bringel
Currículo Lattes
: http://lattes.cnpq.br/3108578185436706
Ao falar deste
geógrafo, lembro da primeira vez que o conheci, que foi no Encontro Nacional de
Geografia Agrária (ENGA), ocorrido em 2018 na Universidade Federal da Grande
Dourados, evento no qual eu fui monitor de uma das mesas em que ele
participava, mesa esta que tinha como tema de discussão a questão do
direito ao território dos povos tradicionais e indígenas, intitulada de
“Direitos ao território, direitos à vida e a questão agrária” lembro-me de como
a contribuição dele foi de extrema importância para entendermos as questões que
envolvem os conflitos pelo território, principalmente na região amazônica, que
apesar de ter muito enfoque por causa de notícias que saem na mídia, o
conhecimento sobre os conflitos territoriais existente nesta região em especifico
é ainda desconhecido por muitas pessoas e até mesmo por muitos geógrafos.
Outra lembrança que
guardo é do momento de divulgação de lançamentos de livros que ocorreu no
evento, momento este em que ele divulga o lançamento e a venda do livro Os
“nós” da questão agrária na Amazônia, livro no qual ele é um dos organizadores.
Este livro reúne uma coletânea de pesquisas envolvendo a questão agrária na
Amazônia, realizado pelo grupo de pesquisa territorialização camponesa na
Amazônia (GPTECA). O livro revela as diversas formas de territorialização dos
grupos de camponeses, indígenas e quilombolas existentes na região amazônica,
revelando também os conflitos territoriais gerados por meio de políticas
econômicas que desprezam e tentam destruir as práticas e saberes tradicionais
destes povos, mas, ao contrário do que se é imaginado, resistem e também
encontram formas de resistências por meio de novas formas e práticas destes
saberes que não são esquecidos, se manifestando na territorialidade dos mesmos.
Os “nós” da questão
agrária na Amazônia é um livro que além de revelar as velhas e novas formas
de atuação tanto do agronegócio como também dos camponeses e dos povos
tradicionais da região amazônica, revela o quão diversa, rica e única, é a
formação socioespacial desta região, se tornando também, um livro de extrema
importância para aqueles que desejam conhecer sobre a região Amazônica. Fabiano
de Oliveira Bringel, é graduado em geografia (licenciatura e bacharelado) pela
Universidade Federal do Pará (UFPA), com mestrado em agricultura familiar pela
UFPA/EMBRAPA (2006) e com Doutorado em geografia pela Universidade Federal do
Pernambuco (UFPE - 2015), na área de Regionalização e Análise Regional,
tendo como tema da sua tese: “A fronteira capitalista na Amazônia Paraense e
Territorialidade Camponesa pós – 1960.”
Além de geógrafo e
Professor da Universidade estadual do Pará (UEPA) é também um ativista político
que luta pelas causas dos povos tradicionais da Amazônia, nunca deixando de
aliar a teoria e conhecimento teórico adquiro na geografia a sua práxis
enquanto pesquisador, professor/geógrafo e cidadão. As pesquisas realizadas por
ele e pelo seu grupo de pesquisa, no qual ele coordena, o GPTECA, revela a
diversidade da geografia Brasileira atualmente, mostrando que as pesquisas
realizadas na sua universidade e pelas demais existentes na região norte e
amazônica contém uma alta qualidade além de uma grande complexidade, tão quanto
aquelas encontradas nas universidades mais tradicionais do País.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MACEDO, Cátia, Oliveira; BRINGEL,
Fabiano, de Oliveira; SOUZA, Rafael, Benevides; SANTANA, Rosiete, Marcos.
(Orgs.) Os “NÓS” da questão agrária na Amazônia. Belém: Editora Açaí,
2016.
PETiano: Anderson
Aparecido Santos da Silva
Carlos Walter Porto
Gonçalves
Carlos Walter Porto
Gonçalves é graduado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1972), cursou seu mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1985) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1998). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia
Social, atuando principalmente nos seguintes temas: Geografia dos Conflitos
Sociais, Geografia e Movimentos Sociais, Justiça Territorial e Ecologia
Política. Foi presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000).
Membro do Grupo de Assessores do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade
Autônoma da Cidade do México. Ganhador do Prêmio Chico Mendes em Ciência e
Tecnologia em 2004. Autor de diversos artigos e livros publicados em revistas
científicas nacionais e internacionais.
Uma de suas grandes obras trata-se do
livro “Os (des)caminhos do Meio Ambiente”, a obra aborda uma reflexão
sociológica e epistemológica: as relações entre ser humano, desenvolvimento e
natureza. O autor discute de modo crítico e holístico a problemática social, o
contexto histórico-cultural das lutas sociais e ecológicas que estimularam o
surgimento do movimento ecológico.
O autor trata sobre o desenvolvimento
humano, desde o início do conceito biológico de população, que se deu após a
publicação em 1859 da obra de Charles Darwin A origem das espécies, onde ele
demonstra o que até então não tinha explicação em termos científicos, que a
evolução das espécies é um fenômeno natural. Atualmente Carlos é Professor
Titular da Universidade Federal Fluminense e Coordenador do LEMTO - Laboratório
de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades.
Referencias:
Jornal UFGD encontrado em: http://jornal.ufg.br/up/243/o/Carlos_Walter.jpg
PETiana: Eveline Caldeira
Vasconcellos
MARÍA LAURA SILVEIRA
Lattes da pesquisadora http://lattes.cnpq.br/7780900056825313
Fonte da foto: http://jornaldapuc.vrc.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=19&infoid=4998&sid=49
María
Laura Silveira pesquisadora e escritora, formou-se em Geografia pela
Universidad Nacional del Comahui (Argentina), Doutora em Geografia humana pela
Universidade de São Paulo. Atuou como professora assistente no local onde
concluiu sua graduação, assim como docente RDIDP pela Universidade de São
Paulo.
Desempenhou a função de pesquisadora principal do Consejo Nacional de
Investigaciones Científicas y Técnicas, no Instituto de Geografia na
Universidade de Buenos Aires. Envolveu-se vários projetos, tais como, Uso
corporativo do território, metrópoles e circuitos da economia urbana na América
Latina, (CONICET); Urbanização e fenômeno financeiro em Buenos e São Paulo no
período da globalização, (CONICET-FAPESP); e Território usado, urbanização e
circuitos da economia urbana na área concentrada da Argentina, (CONICET).
No
ano de 2017 a Profa. Maria Laura esteve na UFGD, ministrou disciplina na
pós-graduação e fez palestra na graduação, um privilégio para os alunos da
Geografia da UFGD.
Dentre suas obras estão:
O BRASIL: TERRITÓRIO E SOCIEDADE NO INÍCIO DO
SÉCULO XXI:
Tangeu-se a um trabalho realizado em conjunto com geógrafo Milton
Santos, demonstrando que o território brasileiro é o espaço nacional de uma
economia internacionalizada, constatando as particularidades do território, as
quais podem ser usadas a favor das grandes corporações como em benefício da
população.
CONTINENTE EM CHAMAS: GLOBALIZAÇÃO E TERRITÓRIO NA
AMÉRICA LATINA:
Decorre com base em obras de especialistas latino-americanos, tais como
Daniel Hiernaux-Nicolas, Luis Riffo e Lia Osorio Machado, dentre outros, o
livro aborda um estudo das novas dinâmicas e organização do território no ápice
das inovações de dados técnicos e políticos mundiais, desta forma colocando em
evidência a semelhança entre as transformações políticas e crises sociais,
econômicas, políticas e territoriais no panorama de cada país. Estas diversas
especificidades dos territórios nacionais exibe o modo a profundidade como
também a natureza de cada país na globalização em sua particular forma de
exclusão.
Fontes:
PETiano: Micael Petri
Lima Soares
Rogério Haesbaert da Costa: o geógrafo
da (des)territorialização
Rogerio Haesbaert
da Costa possui Licenciatura em Geografia, sendo formado em 1979 e Bacharelado
em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (1981). Mestrado em
Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), doutorado pela
Universidade de São Paulo (1995) e Pós-Doutorado em Geografia sob supervisão de
Doreen Massey pela Open University, Inglaterra (2003). Atualmente Professor
Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense e
Professor do Curso de Pós-Graduação em Políticas Ambientales y Territoriales da
Universidade de Buenos Aires. Vale ainda ressaltar que Haesbaert é bolsista de
produtividade em pesquisa do CNPq nível 1A.
O professor
Haesbaert no ano de 2017 ganhou o prêmio geógrafo destaque na ANPEGE (Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Geografia) por sua obra – um dos
geógrafos mais jovens a receber o prêmio
Seus trabalhos são focados nos
conceitos de Território e Região, no qual analisa a ideia de territorialização
e desterritorialização, identidade, territorialidade e migração. Entre suas
publicações destaca-se os livros “O Mito da Desterritorialização: do ‘fim dos
territórios’ à multiterritorialidade” (2004), “Regional-Global: dilemas da
região e da regionalização na Geografia contemporânea” (2010), “Viver no
limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de in-segurança e
contenção” (2014), “Des-Territorialização e Identidade: a rede ‘gaúcha’ no
Nordeste” (1997) e “Territórios Alternativos” (2002).
Tive o primeiro
contato com sua obra durante o primeiro semestre da graduação na disciplina
Geografia da População e quando o assunto é Território, Região,
Territorialidade, Migração e elementos da dinâmica populacional a leitura das
obras de Rogério Haesbaert é essencial.
Em seu livro “O
Mito da Desterritorialização”, o qual tive a oportunidade de ler, Haesbaert
discute, em um diálogo com outros autores como Gilles Deleuze e Foulcault,
a ideia de uma multiterritorialidade ou mesmo uma territorialização precária em
oposição à desterritorialização, fazendo uma análise do território, não como
algo fixo ou estático más sim como fruto da interação entre as relações sociais
e as relações de poder.
Suas colaborações
com a Geografia, na forma de palestras e conferências, estão disponíveis na
internet, links de acesso:
Alguns dos livros do professor Haesbaert:
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do
"fim dos territórios" à multiterritorialidade. 9. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2016. v. 1. 396p.
Sites Consultados
PETiano: Anderson Luiz
R. de Oliveira
Roberto Lobato Azevedo Corrêa
Roberto Lobato Azevedo Corrêa, Nascido em 05 de novembro de 1939. É Geografo e
professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez a sua
graduação na mesma Universidade em que leciona sendo formado em 1961 (Bacharel
e Licenciatura), possui Mestrado em Geografia Humana e Economia pela
Universidade de Strasbourg, na França em 1965, Master of Arts, Department of
Geography - The University of Chicago, Estados Unidos, em 1974, além de ser
Doutorado também pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1999.
Ao falar de Roberto Lobato Corrêa me vem à memória um dos seus
principais livros que eu tive o prazer de lê, no qual tinha como principal tema
o Espaço Urbano, (que tem o mesmo título) fazendo uma análise de forma bem
didática e com uma linguagem bem simples sobre os principais conceitos em
geografia Urbana e tendo a cidade do Rio de Janeiro como o seu principal palco
de estudos. Mesmo o autor escrevendo o livro de forma bem simples e didática o livro
não perde a sua essência crítica, analisando os fatores que levam ao processo
de centralização (quando há uma concentração de comércio e infraestrutura em um
determinado local), descentralização (quando essa infraestrutura e comércio vão
para outras localidades da cidade) e de recentralização (quando o comércio e
infraestrutura voltam ao local de onde tinham saído) além de analisar as
principais causas e consequências que estes tipos de processos tem na vida das
pessoas que moram nos meios Urbanos.
O seu principal destaque e contribuição para a Geografia Brasileira vem
com os seus livros que abordam o tema da cultura na produção do Espaço
Brasileiro, se tornando um dos poucos geógrafos existente no Brasil que
abordaram este tema dentro da Geografia Brasileira, sendo que as suas
principais obras sobre o tema são: Espaço e Religião: Uma abordagem Geográfica
(1996); Paisagem Tempo e Cultura (1998); Matrizes da Geografia Cultural (2001);
Introdução a Geografia Cultural (2003); Paisagens, Texto e Identidade (2004);
Geografia: Temas sobre Cultura e Espaço (2005);
Literatura, música e espaço (2007); Espaço e Cultura, Pluralidade
Temática (2008); Cinema, Música e Espaço (2009); Economia Cultura e Espaço
(2010); Trilhas do Sagrado (2010); Geografia Cultural: Uma antologia (2012);
Cultura, Espaço e o Urbano.
Referências Bibliográficas
CORREA, R. L. A. O espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1986.
Sites Consultados
Petiano: Anderson
Aparecido
Antônio Carlos Robert
Moraes
Antônio Carlos Robert Moraes é geógrafo e escritor, dentre suas obras, está o
destacado livro “Geografia: pequena história crítica” (1981), no qual, o autor
exprime a partir de suas visões a estruturação da ciência geográfica, suas
mudanças e contextos desde as escolas Alemã e Francesa até a geografia crítica
evidenciada, o Brasil, a partir da década de 70. De clara importância, o livro
discute e retrata, as influências e o processo de formação dos estudos de
geografia no Brasil.
O autor, trabalhou em seus livros e artigos questões referentes à
metodologia, história da geografia e formação territorial do Brasil, pode-se
citar entre estes “Geografia Histórica do Brasil, capitalismos, território e
periferia” (2011), “A fazenda de Café” (1985). Suas discussões sobre a formação
territorial no Brasil tinham como base a geopolítica e as políticas
territoriais. Segundo a plataforma Lattes, Moraes atuou também “no campo das
políticas territoriais no Brasil e no exterior, sendo consultor do Estado e de
órgãos governamentais, com destaque para programas de ordenamento territorial
de áreas litorâneas[…]”.
Nascido em 1954 em Poços de Caldas – MG, graduou-se pela Universidade de
São Paulo (USP), em Geografia (1977) e Ciências Sociais (1979), nesta mesma
universidade obteve o título de mestre em 1983, doutor em 1991 e em 2000
defendeu a livre docência com a obra “Geografia, Capitalismo e Meio Ambiente”.
Foi ainda, professor titular no Departamento de Geografia da da Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH) e coordenador do Departamento de Geografia
Política, até 2015, ano de seu falecimento.
Fontes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787160P7
Imagens:
livro A Fazenda de Café - https://www.estantevirtual.com.br/livros/antonio-carlos-robert-moraes/a-fazenda-de-cafe/3204140118
livro Geografia, pequena história critica -
https://m.ciadoslivros.com.br/geografia-pequena-historia-critica-310713-p41770
Foto do autor:
Petiana: Steffanny Pereira
João Afonso Zavattini
O professor Dr. João Afonso Zavattini é considerado um dos nomes
referencias no campo da Geografia Física, mais precisamente nos estudos de
Climatologia. Seus estudos na Climatologia se centram em análises rítmicas,
dinâmica das massas de ar e dos tipos de tempo, circulação atmosférica e
precipitações, classificação climática de base genética, além de outros tópicos
que englobam essa área de conhecimento. Entre seus estudos mais conhecidos, se
destaca sua tese de doutorado (1990) que mais tarde foi adaptada para um livro
(2009) - “As chuvas e as massas de ar no Estado de Mato Grosso do Sul: estudo
geográfico com vista à regionalização climática” - largamente utilizado,
principalmente nos estudos de Climatologia referentes ao estado de Mato Grosso
do Sul.
Seus estudos enfatizam as compreensões de clima levando em consideração
as dinâmicas atmosféricas resultadas da sucessão dos tipos de tempo, que por
sua vez são gerados pela participação dos mais diversos sistemas atmosféricos,
o que dá ao tempo uma compreensão de suas origens genéticas, conforme as
teorias apresentadas por Monteiro (1962) nas análises rítmicas, levando a
compreensão do clima à sucessão desses tipos de tempo em suas mais diversas
relações com o meio geográfico nas diferentes escalas do clima.
De acordo com a plataforma Lattes, Zavattini é Graduado em Geografia
pela UNESP de Presidente Prudente - SP (1977), mestre (1983) e doutor (1990) em
Geografia Física pela USP de São Paulo (SP), livre-docente em Climatologia
(2002) pela UNESP de Rio Claro (SP), onde atua como professor adjunto do
Departamento de Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas, e
pós-doutorado (2006/2007 e 2010/2011) pela Università degli Studi di Torino
(Itália).
PETiano: Gabriel
Farias
Ruy Moreira
Ruy Moreira nasceu em 31 de dezembro de 1941, é graduado (licenciado e
bacharel) em Geografia pela Universidade Federal de Rio de Janeiro- UFRJ
(1970), fez seu Mestrado na mesma Universidade (1984), Doutor em Geografia
(Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo- USP (1994) e Doutor Honoris
Causa pela Universidade Estadual do Ceará – UECE (2016). É Professor permanente
do curso de pós-graduação (mestrado e doutorado) da Universidade Federal
Fluminense- UFF, onde é aposentado pelo Departamento de Geografia, e professor
permanente do curso de pós-graduação (mestrado) em Geografia da FFP-UERJ.
Foi Presidente da Associação dos Geógrafos brasileiro (AGB) de
1980-1982, pode ser considerado um geógrafo critico brasileiro pois, participou
diretamente do movimento marxista de renovação da Geografia no ano de (1980),
suas pesquisas abordam a questão do ‘’método, epistemologia e ontologia’’ da
Geografia brasileira no intuito de concretizar a organização geográfica da
Formação espacial do Brasil, dentre suas principais obras publicadas ele faz
abordagens de suma importância como relações sociais e econômicas , homem e
meio, e trazendo várias linhas de pensamentos geográficos desde o principio,
para uma possível compreensão dos métodos utilizados para a formação socioespacial
brasileira. Essas reflexões que ele ressalta em suas obras, utilizando sua
geograficidade para explicar essa dinâmica de pensamentos da Geografia, tendo
como base desde as ‘matrizes’ da Geografia, até seus pressupostos atuais de
aplicação dessa maneira de ver o mundo.
PETiano: Thiago Batista
Biscaya de Souza
Pierre Monbeig
Pierre Monbeig foi um dos fundadores da USP, bem como se destaca como um
dos marcos da Geografia Brasileira. Geógrafo francês, Monbeig inaugurou um novo
pensamento na geografia brasileira, como membro da missão francesa para fundar
a USP, foi precursor de teorias primordiais na pesquisa geográfica, ou seja, a
observação de campo, a análise regional e as análises de situação. Com Monbeig,
a geografia brasileira inicia o processo de uma disciplina voltada para o
exercício da pesquisa, do ensino e para uma redefinição na relação entre
geografia física e humana.
Monbeig trouxe para o Brasil as contribuições da geografia francesa,
segundo CASSAB, 2010:
“Sua formação na Geografia francesa influenciou fortemente sua
prática, tanto no que concerne ao peso dado à História para a explicação da
realidade, quanto pela ênfase à descrição detalhada da paisagem e dos homens,
em especial da sociedade local, como elemento fundamental para a análise
geográfica”. (Cassab, 2010. P. 1-2)
Para Monbeig, o trabalho de campo constituía uma das especificidades
essenciais da geografia, pois para o autor, cabia a geografia estudar a
realidade como uma totalidade complexa.
Conheça mais sobre o autor: A Geografia de Pierre Monbeig
Milton Santos
Milton Santos é considerado o maior geógrafo brasileiro. Recebeu mais de
20 títulos de doutor honoris causa, escreveu mais de 40 livros e cerca de 300
artigos científicos. Lecionou nas mais conceituadas universidades da Europa e
das Américas e foi o único estudioso fora do mundo anglo-saxão a receber a mais
alta premiação internacional em sua especialidade, o Prêmio Vautrin Lud (1994),
considerado o Nobel da Geografia. Milton Santos também foi o primeiro negro a
obter o título de professor-emérito da Universidade de São Paulo.
Quer conhecer mais acesse o link:
PETiana: Andressa
Remelli
Aziz Ab'Saber
Nascido em 24 de outubro de 1924, Aziz Nacib Ab’Saber foi um grande
geógrafo e professor polivalente, laureado com as mais altas honrarias
científicas em geografia, arqueologia, geologia e ecologia. Considerado como
referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e a impactos ambientais
decorrentes das ações humanas, ganhador do Prêmio Internacional de Ecologia de
1998 e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente. Foi professor da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em que
mesmo aposentado desde o final do século XX, manteve-se em atividade até o fim
de sua vida em 16 de março de 2012.
Quer conhecer mais acesse o link:
http://petgeoufgd.blogspot.com.br/p/videos.html -
Vídeo sobre o autor.
PETiano: Wiliam Moreno
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Ariovaldo Umbelino de Oliveira é um dos mais renomados autores da
Geografia, ele é professor e Doutor em Geografia, atua como Livre-Docente da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas do Departamento de Geografia
Humana na Universidade de São Paulo-USP. Concentra sua produção acadêmica na
área de Geografia Agrária, entre suas principais obras estão "Agricultura
Camponesa no Brasil", "Geografia das Lutas no Campo", "Modo
Capitalista de Produção, Agricultura e Reforma Agrária". Cabe destacar
também o Prêmio Jabuti recebido em 1997, a premiação foi de melhor livro
didático. Ariovaldo foi e continua sendo uma das grandes referências da
Geografia, suas obras são de grande importância principalmente para os estudos
relacionados ao campo.
Quer conhecer mais acesse o link: Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
PETiano: Leonardo
Calixto
David Harvey
Nascido em 7 de dezembro de 1935 na Inglaterra. David Harvey foi
geógrafo e professor, trabalha com temas ligados à geografia urbana e ministra
aulas na Universidade da Cidade de Nova Iorque. Harvey lançou em 1969 seu primeiro
livro, intitulado Explanation in Geography que trata sobre a epistemologia da
geografia. Em outros livros, Harvey mudou o foco dos seus estudos para as
problemáticas urbanas. No livro The Limitsto Capital, o geógrafo se debruçou
sobre pensamentos marxistas e apresentou sua posição heterodoxa em relação às
teorias de Marx. Anos depois, foi defendido por FredericJameson e ganhou novo
fôlego entre os estudiosos.Algumas obras de David Harvey: A Justiça Social e a
Cidade, Para Entender o Capital, A Produção Capitalista do Espaço Condição
Pós-moderna, Espaços de Esperança Explanation in Geography, O Enigma do Capital
e as Crises do Capitalismo, O Novo Imperialismo Para Entender o Capital: Livro
I The Limitsto Capital.
PETiano: Wiliam Moreno
Maria da Graça Barros Sartori
Maria da Graça Barros Sartori, nascida em Julio de Castilhos/RS, Foi uma
professora, pesquisadora, geógrafa e climatologista brasileira. Iniciou seus
estudos em 1968 no curso de licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), focada na área de Geografia Física. Concluída a graduação em 1972,
imediatamente passou para o mestrado na Universidade de São Paulo (USP),
defendendo em 1979 a dissertação O Clima Urbano de Santa Maria – do Regional ao
Urbano, louvada pela originalidade de sua contribuição. Em seguida passou a dar
aulas no Curso de Geografia da Faculdade Imaculado Coração, em Santa Maria,
onde permaneceu até 1980, quando passou a lecionar na UFSM, ministrando várias
disciplinas, e chegando à posição de chefe do Departamento de Geociências entre
1992 e 1994.
Foi a fundadora do Mestrado em Geografia da UFSM e uma das fundadoras da
Associação Brasileira de Climatologia (ABClima), e como tal integrante do
Conselho Editorial da Revista Brasileira de Climatologia. É tida como uma
grande climatologista, tendo contribuído expressiva e originalmente para o
avanço desta ciência no Brasil. Seu falecimento foi marcado com uma nota de
pesar da ABClima, sendo descrita como “uma mulher íntegra, forte, corajosa,
elegante, além de excelente professora e pesquisadora”.
Sendo também homenageada no XI SBCG E V SPEC CoC UGI pela obra realizada
no livro sobre clima e percepção geográfica na qual a autora aborda os
fundamentos teóricos à percepção climática pelo homem que influencia seu
ajustamento ao meio atmosférico. Como os indivíduos percebem o tempo e o clima
é assunto principal no campo da percepção ambiental, influenciando nas suas
sensações de conforto e de desconforto físico e mental.
Maria da Graça, ao lado dos professores João Lima, Francisco Mendonça e
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro
PETiano: Edson Ribeiro
Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro
Minha primeira lembrança do Prof.Carlos Augusto remete-me a o inicio de
minha graduação, quando ainda iniciava meu caminhar, minhas descobertas na área
da Climatologia. Mesmo passados mais de duas décadas lembro-me de como a
leitura de “A Frente Polar Atlântica e as chuvas de inverno na fachada
sul-oriental do Brasil” me arrebatou e descortinou aquilo que desejava fazer no
âmbito da Geografia. Um texto claro, coerente e, acima de tudo, com um
linguajar acessível, principalmente para aqueles que trilhavam os primeiros
passos – que era meu caso.
Anos depois outros atos marcam meus encontros com o Mestre, três
momentos ficaram registrados, o primeiro quando pude conhecê-lo pessoalmente,
durante o III Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica, realizado em Salvador
no ano 1998, desse encontro guardei uma foto, hoje disponível no acervo de
fotos históricas da ABClima (www.abclima.ggf.br). Na ocasião lembro-me de sua
gentileza e de como fiquei contente em conhecer o autor das obras que lia.
Menardi Junior, amigo querido, pesquisador que trabalhou com o Prof.Carlos
Augusto, propiciou esse encontro.
O segundo momento foi em Florianópolis, no ano de 2003, quando da
realização do V-ENANPEGE. Caminhava eu, na época doutorando, simposista do
evento, pelo campus da UFSC e acabava de comprar o livro “Clima e
Excepcionalismo”, obra que tive a oportunidade de ler quando da realização do
mestrado. Nesse caminhar despretensioso de hora do almoço vi de longe o
Prof.Carlos Augusto caminhando serenamente, não resisti, fui ao seu encontro e
pedi que autografasse o livro. Lembro-me que me olhou e disse-me: “Menino ainda
há desse livro para vender? As pessoas ainda lêem essa obra?”. Daquele encontro
ficou uma risada espontânea, um gesto simples de afeto e o livro autografado
que ainda guardo na estante com carinho.
O terceiro momento, já como profissional, foi durante o X Simpósio
Brasileiro de Climatologia Geográfica, realizado em Manaus, durante a
assembleia geral da ABClima, logo após a eleição da Diretoria da Gestão
2012-2014 o Professor Carlos Augusto saiu do lugar que ocupava e caminhou-me em
minha direção, em um gesto dos mais importantes, parabenizou-me e desejou-me
uma excelente gestão.
Carlos Augusto foi um geógrafo muito a frente de seu tempo, é dele a
matriz do pensamento da climatologia brasileira, a Climatologia Geográfica. Sua
obra “Teoria Clima Urbano” publicada em 1976 é um marco nos estudos de clima
urbano e ainda hoje utilizada por geógrafos, arquitetos, engenheiros e
ambientalistas. Durante sua vida tem se dedicado a escrever sobre Geografia e
sua relação com a arte, à poesia, com obras romanescas, com a vida – para ele a
Geografia está em tudo cabe ao geógrafo ver isso. Conhecer sua obra é
apaixonante.
Conheça um pouco da vida e da obra do Professor Carlos Augusto:
Tutor PETGeografia: Charlei
Aparecido da Silva
Yves Lacoste
Nasceu em Fez, Marrocos em 1929, se formou em Paris na França e veio a
ser conhecido como um dos geógrafos mais críticos de todo mundo. Foi um dos
grandes inspiradores para a geografia brasileira, citado por Ruy Moreira em seu
livro - O pensamento geográfico brasileiro. Lacoste se filiou ao partido
comunista francês e desde então passou a se relacionar com importantes figuras
de movimentos sociais, como dos argelinos. Sempre interessado nos estudos sobre
os "países subdesenvolvidos" lançou um manuscrito sobre o tema, mas o
seu maior clássico foi o livro "A geografia, serve em primeiro lugar, para
fazer a guerra". Lacoste revelou técnicas Norte americanas para bombardear
diques durante a guerra do Vietnã, o que causou forte polêmica na opinião
pública dos EUA e do mundo. Yves teceu duras críticas a filósofos, geógrafos,
entre outros. Uma das suas grandes indagações, foi de que a geografia era usada
pelas mãos manipuladoras, para controlar e dominar as massas, como as técnicas
usadas em guerras, citadas em sua principal obra.
PETiano: João Paulo
Falcão
Éliséé Reclus
Éliséé Reclus (Sainte-Foy-la-Grande, 1830 – Torhout, 1905) Geógrafo e
anarquista francês. Reclus fora aluno do Geografo alemão Carl Ritter, em 1851,
na Universidade de Berlim. No mesmo ano Reclus retorna a França para lutar
junto a outros franceses contra o golpe de Estado de Luis Napoleão. Com o
sucesso do golpe, Reclus fora obrigado a exilar-se e na Inglaterra, acusado de
ideias e práticas revolucionárias.
Reclus teve participação ativa na Comuna de Paris, em 1871, sendo este
responsável pela biblioteca nacional. Ainda no mesmo ano, com o fim da Comuna
sobre forte pressão do governo Frances e das tropas alemãs, Reclus foi preso e
deportado para a Nova Caledônia junto a outros communards. Banido da frança por
dez anos, visitou a América, a África e a Ásia. Realizou sua última grande
viagem conhecendo a América do Sul, em 1893, onde visitou o Brasil. Ao final
deste ano mudou-se para a Suíça, onde participou da Federação Jurassiana, uma
organização operária impulsionada pelos anarquistas que haviam sido expulsos da
Primeira Internacional.
Reclus mudou-se para Bruxelas, na Bélgica em 1894, onde trabalhou para a
criação da Universidade Nova e do Instituto de Altos Estudo. Reclus contribuiu
para diversas publicações, dentre as quais destacam-se Nova Geografia
universal: a terra e os homens (dez volumes) e O homem e a terra (6 volumes)
“Sou geógrafo, mas antes de tudo sou anarquista”
Longe de prestar-se às manipulações ideológico-científicas, a orientação
libertária de Reclus é a garantia de uma independência, de um juízo crítico e
de uma honestidade indispensável a toda pesquisa sincera. As contribuições de
Reclus vão além do “possibilismo” clássio e da corrente “determinista”, sem
ignorar a existência de leis geográficas.
Do mesmo modo que sua geografia era fundamental para seu anarquismo, seu
anarquismo enriqueceu sua geografia. Não podemos compreender Reclus se
observarmos um sem a outra.
As “três leis” de Reclus
A luta de classes, a busca do equilíbrio e a decisão soberana do
indivíduo, tais são as três ordens de fatos que nos revela o estudo da
geografia social, e que, no caos das coisas, mostram-se bastante constates para
que possamos dar-lhes o nome de leis, escreve Reclus em seu prefácio de O homem
e a terra.
Essas leis são compreendidas como princípios gerais que não se confundem
com simples mecanismos impiedosos; por sua prudência estilística, Reclus faz
questão de ressaltá-los. Essas três leis constituem uma imensa contribuição por
parte de Reclus, e a geografia está longe de ter explorado todas as suas
incidências. Tomadas uma a uma, elas traduzem os avanços nas ciências sociais
da época e as próprias preocupações de Reclus.
Por tanto, para além das questões políticas, a contribuição de Reclus
baseava-se no reconhecimento da luta de classes, na busca pelo equilíbrio
perdido em função da dominação de uma classe pela outra, e no reconhecimento do
indivíduo, sem o qual não existe sociedade, sua concepção de educação é sempre
pautada no indivíduo, na sua educação integral para que o mesmo atinja um nível
de aperfeiçoamento capaz de levar as sociedades humanas à liberdade e no
trabalho de campo.
A liberdade é entendida por Reclus, não somente como aquela da livre
expressão, do livre pensar, mas como o direito ao pão, aos meios de produção,
pela justa distribuição e o direito ao conhecimento, o alimento espiritual
essencial, sem o qual não há liberdade.
Por fim, Élisée Reclus, se não é o geógrafo de maior produção, está
entre os que mais produziram conteúdo, somente o Nova Geografia Universal,
foram 17.873 páginas, 4.290 mapas e mais ou menos 1.000 fíguras, a essa obra
seguiu-se O homem e a terra, em seis volumes de 3.589 páginas, sem deixar de
considerar os seus 2 volumes de Le Terre e os demais escritos realizados nos
períodos em que esteve viajando o mundo como os textos sobre a Escravidão nos
Estados Unidos, sobre a Colômbia ou sobre a Colonização do Brasil.
PETiano: Igor Vinicius
Venâncio
Paul Vidal de La Blache
No século XIX a ciência geográfica seria invadida pela ideia
positivista, naturalista de Vidal de La Blache. O francês nascido em Pézenas,
França em 1845, conceituou a geografia como a ciência dos lugares, para ele o
objeto da ciência geográfica está na relação do homem e a natureza. Tendo o
homem a possibilidade de dominar a natureza por meio da técnica. Vidal da La
Blache é importante também no que concerne à Escola Francesa de Geografia,
sendo um de seus precursores e fundador da revista Annales de Géographie (1891)
um dos mais importantes periódicos do mundo. Suas concepções e métodos, como o
de observação e descrição de paisagens, influenciaram estudos por toda a França
e outros grandes nomes da área. Escritor de várias obras, onde trata da
geografia humana, política entre outros assuntos. A obra intitulada Princípios
de uma Geografia Humana, está disponível na biblioteca da Universidade Federal da
Grande Dourados.
PETiana: Steffanny
Pereira
Francisco de Assis Mendonça
O Professor Francisco de Assis Mendonça graduado em Geografia pela
Universidade Federal de Goiás (UFG), mestre em Geografia Física e Meio Ambiente
pela Universidade de São Paulo (USP), doutor em Clima e Planejamento Urbano
também pela USP e pós-doutor em Epistemologia da Geografia na Universidade de
Sorbonne em Paris, França. É um dos nomes de grande importância para a
geografia brasileira como um todo.
Contribuiu e vem contribuindo para a ciência ao se falar sobre questões
entre as áreas física e humana, além de desenvolver pensamentos acerca da
relação sociedade e natureza/homem e meio ambiente. Segundo ele, “Sociedade e
natureza fazem parte de um só plano, de uma só condição de existência.” Talvez
por esta razão também tenha se dedicado à climatologia e sua influência em
nosso dia a dia trazendo questionamentos como a qualidade do ar que respiramos
ou os possíveis fatores humanos de interferência na escala climática global.
PETiana: Mirlla Casimiro
Arlete Moises Rodrigues
Ler alguma obra de Arlete Moises Rodrigues faz parte da bibliografia
básica da maioria que pretende entender, pesquisar, analisar o espaço urbano.
Mulher, paulista, licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo em
1971, mestrado em Geografia pela Universidade de São Paulo e doutorado em
Geografia também pela Universidade de São Paulo (1988). Já atuou como docente
em Geografia pela UNICAMP. Tem experiência na área de Geografia Urbana atuando
principalmente nos temas: cidade, espaço urbano, estatuto da cidade, ambiente,
problemática ambiental urbana, e movimentos populares. De 1988 a 1990 foi
presidente da AGB-Associação dos Geógrafos Brasileiros. Atualmente é professora
colaboradora ms4 - Universidade Estadual de Campinas.
Assim como a maioria dos geógrafos e professores de referência, é
escritora. Entre seus livros encontram-se duas obras disponíveis para download
em seu blog (http://arletemoysesrodrigues.blogspot.com.br/) são: “Produção e
Consumo do e no Espaço: Problemática Ambiental Urbana”, “Na Procura do Lugar o
Encontro da Identidade. Ocupação Coletiva da Terra. Osasco-SP”. O livro que
destaco entre suas maiores obras é “Moradia nas Cidades Brasileiras”
(Disponível na Biblioteca da UFGD), onde Rodrigues evidencia que morar é
preciso, é uma realidade evidente, analisa os problemas habitacionais em nosso
país, especialmente nas grandes cidades, analisa as condições de vida nos
cortiços, favelas, vilas operárias e casas de aluguel, formando uma situação
atual da moradia popular nas cidades brasileiras, da especulação imobiliária e
dos movimentos sociais que reivindicam o direito pela habitação.
Além de livros, Rodrigues é autora de vários artigos originalmente
publicados em livros como, “sociedade em movimento território da metrópole”,
“Produção do espaço urbano” e muito mais. Produziu importantes artigos, dentre
eles: “A Cidade como Direito”, “Direito à Cidade e o Estatuto da Cidade” e “El
Aumento del Número de Estados y su Fraglidad Interna”. Também é nome de extrema
importância nacional em mesas redondas, debates, entrevistas e conferencias na
área da Geografia e Espaço Urbano.
Enfim, Rodrigues até parece que é mais de uma pelo número de trabalhos
que realizou e realiza em benefício da ciência geográfica, e segundo nossa
professora Maria José, é uma pessoa muito direta e que não faz rodeios para
dizer o que pensa. Ou seja, é bem autentica.
PETiana: Lidiane
Cristina Garcia
Maria Encarnação Beltrão Sposito
Graduação em Geografia, Licenciatura e Bacharelado, pela Universidade
Estadual Paulista (1977), Campus de Presidente Prudente. Mestrado em Geografia
pela Universidade Estadual Paulista (1984), Campus de Rio Claro. Doutorado em
Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1991). Realizou
estágio pós-doutoral em Geografia na Université de Paris I - Sorbonne (1995).
Obteve o título de Livre Docência, em Geografia Urbana, na UNESP, Campus de
Presidente Prudente, em 2005. Atualmente, é docente dos cursos de Graduação,
Mestrado e Doutorado em Geografia da instituição em que trabalha como
professora titular do Departamento de Geografia daUNESP, Campus de Presidente
Prudente. Coordena a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe). Tem
experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando
principalmente nos seguintes temas: produção do espaço urbano, estruturação
urbana e cidades médias.
Mais sobre a autora no link: Maria Encarnação Beltrão Sposito
O Renascimento Urbano e a conformação da urbanização sob o modo de
produção capitalista (Capitalismo Mercantil).
Breve relato do livro
A cidade como espaço de suma importância, e a urbanização como processo
expressivo e extenso a nível mundial a partir do capitalismo.
O processo de retomada da urbanização, do renascimento das cidades, foi
possível pela reativação do comércio, enquanto atividade econômica urbana. Ao
se desenvolver, esse comércio foi criando as condições para a estruturação do
modo de produção capitalista e, simultaneamente, a destruição dos pilares da
economia feudal (o latifúndio, sua economia fechada e a servidão).
O papel dos Estados Nacionais Absolutistas (a urbanização moderna):
Grande reforço do processo de urbanização. Este reforço decorreu do fim do
monopólio feudal sobre a produção alimentar e do fim do monopólio sobre a
produção manufatureira, estimulando as manufaturas e enfraquecendo as
corporações de ofício que limitava a produção. Além do mais a formação dos
Estados Nacionais Absolutistas permitiu o adensamento populacional na medida em
que o aparato político-administrativo que dava amparo ao Estado propiciou o
aparecimento de uma burocracia numerosa e a formação de exércitos permanentes.
Acesse o link: Capitalismo e Urbanização - Sposito
PETiano: Julio Gonçalves
Antonio Christofoletti
Antonio Christofoletti nasceu no dia 13 de junho de 1936, em Rio Claro,
São Paulo, filho de imigrantes italianos. Possui graduação em Geografia (Licenciatura)
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1986), graduação
em Geografia (Bacharelado) - UNESP (1986), mestrado em Geografia (Geografia
Física) pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Geociências e Meio
Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(1998).
O geógrafo atuou principalmente nos seguintes temas da Geografia:
Climatologia Geográfica, Hidrologia, Geometria Fractal aplicada em Geografia
Física o professor Antonio Chistofoletti teve como orientador o professor
doutor Aziz Nacib Ab´Saber, ao qual dizia ser grande mestre e amigo.
Christofoletti faleceu em 11 de Janeiro de 1999, em sua cidade natal, onde
trabalhou e escreveu as suas principais obras citadas, deixando uma imensa
contribuição à geografia brasileira do séc. XX.
Em seus estudos Christofoletti demonstrou maior interesse nos estudos
referentes à Geografia Física, tendo divulgado obras mais específicas e de
cunho mais quantitativista, como em: "Geomorfologia" e
"Geomorfologia Fluvial". Além disso, seus estudos sobre a Teoria dos
Sistemas é mais bem trabalhado em "Análise de Sistemas em Geografia",
em que as ideias trabalhadas pelo autor nesta obra giram em torno da ideia de
que a maior parte dos sistemas envolvidos em análise ambiental estão dentro de
um ambiente, que faz parte de um conjunto maior, esse conjunto maior, terá
vários subsistemas, que se auto-influenciam, ou seja, seria uma concepção
sistêmica de uma totatlidade.
Christofoletti deixou muitos artigos, um grande acervo e contribuiu para
que a biblioteca da UNESP de Rio Claro - onde atuou como professor assistente
doutor-tivesse um dos maiores acervos da América Latina. Suas principais obras
são: Geomorfologia, Sistemas de Informação Geográfica, Dicionário Ilustrado (em
parceria com Armandio L. de A. Teixeira), As características da nova geografia.
In Perspectivas da geografia, Modelagem de Sistemas Ambientais, Análise de
Sistemas em Geografia e Geomorfologia Fluvial.
Sua coleção de livros foi adquirida pela Universidade Estadual de
Campinas e hoje está disponível para consulta pública na biblioteca Conrado
Paschoale do Instituto de Geociências, no campus de Campinas.
A Lei n° 11.650, de 13 de janeiro de 2004 dá denominação de "Prof.
Antonio Christofoletti" ao viaduto localizado sobre a Rodovia Washington
Luiz - SP 310, no km 172,5, no Município de Rio Claro - SP.
PETiano: Julio Gonçalves
Josué de Castro
Josué de Castro nasceu em Recife no estado de Pernambuco dia 5 de
setembro no ano de 1908. Tem por formação médico, mas se tornou um grande
pensador da geografia, foi também professor e parlamentar, teve muita
influência nacional e internacional nos anos de 1930 e 1974.
Josué se formou em medicina no Rio de
Janeiro, depois de formado voltou para a capital pernambucana por preocupação
com a saúde da população, lá seus trabalhos eram desenvolvidos em torno da
alimentação e habitação de Recife. As pesquisas mostraram que sua preocupação
era verdadeira, a questão da fome era um grande problema social. Ele acreditava
que o desnível social existia por causa das diferenças econômicas e sociais
presentes naquele período (que se fazem ainda nos dias atuais), assim sendo
contrário aos estudos que diziam que as diferenças haviam por condições
físicas, climáticas ou étnicas, que a escassez de alimentos não se dava por
excesso populacional. Nessa época escreveu o livro “Condições de Vida da Classe
Operaria do Recife”.
Em 1935 voltou para o Rio, lecionou Antropologia na Universidade do
Distrito Federal, dois anos depois foi para Universidade do Brasil onde ocupou
interinamente a cátedra de Geografia Humana. Fez trabalhos em missões do
governo federal. Fundou a Sociedade Brasileira de Alimentação foi eleito
presidente do Conselho da Food and Agricultural Organization, passando a viajar
por vários países para ver os problemas da fome, escreveu suas ideias no livro
“Geografia da Fome” em 1952. Além disso, foi deputado federal por Pernambuco e
embaixador do Brasil, porém o presidente João Goulart foi deposto por um golpe
militar e Josué de Castro perdeu seus direitos. Exilado, foi para Paris, onde
foi nomeado professor de Geografia na Universidade de Vicennes. Josué morreu no
dia 24 de setembro de 1974 em Paris.
PETiana: Mirlla Casimiro
Adáuto de Oliveira Souza
Bertha Koiffmann Becker foi uma das geógrafas brasileiras mais
importantes, sendo umas das matrizes do pensamento geográfico brasileiro.
Becker foi precursora nos estudos sobre a região amazônica, tendo como foco de
pesquisa a “Geopolítica da Amazônia”. A geógrafa assistiu ao nascimento
do CNPq (1951) e a institucionalização da pesquisa científica no Brasil, tendo
se formado em Geografia e História em 1952 pela Universidade do Brasil.
Tornou-se Doutora e Livre-Docente em Geografia pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro em 1970.
Atualmente é professora Emérita da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e coordenadora do Laboratório de Gestão do Território –
LAGET/UFRJ. Seus estudos se voltam aos processos de ocupação/povoamento
da Amazônia somado as alianças e conflitos entre os atores desse processo, com
ênfase no Estado, que passou a ter um papel central na política de ocupação da
região, principalmente na década de 1970.
Por tanto, suas análises se dão a partir da Geopolítica, que analisa as
relações entre poder e o espaço geográfico. Para qualquer estudo sobre a
região amazônica, a leitura da geógrafa Bertha Becker é imprescindível.
Para conhecer um pouco mais sobre o pensamento da pesquisadora,
recomendo os links abaixo:
Cientistas do Brasil. UNIVESP TV:
https://www.youtube.com/watch?v=joKzHQohaMY&t=7s
Lattes:
http://lattes.cnpq.br/9164795594647563
Geopolítica da Amazônia (Artigo):
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100005
PETiano: Anderson Luiz R. de Oliveira
Sauer fez inúmeros estudos observando a paisagens e as influências do homem na mesma, uma de suas principais obras é o livro “The Morfology of Landscape” (A Morfologia da Paisagem), produzido no ano de 1925, no qual tece algumas de suas principais considerações sobre a Geografia e os rumos da área cultural. Neste trabalho, Sauer revitaliza a Corologia como área de estudo importante da ciência geográfica. O autor valorizava as relações entre o homem e o ambiente, concebendo a paisagem como um habitat e rompendo com as premissas que traziam esse conceito em uma perspectiva formal, funcional e genética, aplicando o conceito do determinismo cultural como determinante a paisagem. Em uma de suas frases, o mesmo afirma que “o último agente que modifica a superfície da Terra é o homem”. Assim, o ser humano deve ser considerado como um “agente geomorfológico”, que intervém e ressignifica as feições superficiais terrestres.
Fabiano de Oliveira Bringel
Roberto Lobato Azevedo Corrêa
Referências Bibliográficas
CORREA, R. L. A. O espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1986.
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Antônio Carlos Robert Moraes é geógrafo e escritor, dentre suas obras, está o destacado livro “Geografia: pequena história crítica” (1981), no qual, o autor exprime a partir de suas visões a estruturação da ciência geográfica, suas mudanças e contextos desde as escolas Alemã e Francesa até a geografia crítica evidenciada, o Brasil, a partir da década de 70. De clara importância, o livro discute e retrata, as influências e o processo de formação dos estudos de geografia no Brasil.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787160P7
livro Geografia, pequena história critica - https://m.ciadoslivros.com.br/geografia-pequena-historia-critica-310713-p41770
Foto do autor:
Gostei muito dos nomes selecionados. Recomendarei aos meus alunos.
ResponderExcluirPessoal,
ResponderExcluirAcho que essa não é a foto do professor Jean Tricart. Consultem essa daqui: https://www.persee.fr/doc/morfo_1266-5304_2003_num_9_3_1179