sábado, 28 de setembro de 2019

AULA DE CAMPO – MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MS


O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência em Geografia, da Universidade Federal da Grande Dourados, disponibilizou ao PET-GEO três vagas para aula de campo, ocupadas por mim (Andressa), Eveline e Karinny. Na manhã do dia 24 de setembro, nos reunimos com os alunos integrantes do PIBID, em frente à reitoria da UFGD e partimos para Campo Grande-MS, que fica à 230km de Dourados-MS, com o objetivo de visitar o Museu de Arte Contemporânea – MARCO. Antes mesmo de chegar ao Museu, as análises geográficas já se estabeleciam entre os alunos dentro do ônibus. Como a paisagem mudava ao longo do trajeto, a diferença populacional entre a capital do estado e nossa cidade de origem, as desigualdades sociais traduzidas em muitos moradores de rua, eram assuntos que perpassavam nossas discussões.
Ao chegar, fomos muito bem recebidos por uma guia que nos apresentou as obras de Pedro Gottardi, Mariana Arndt, Neusa Silva, Lidia Coimbra e foi indicando os caminhos para possíveis leituras sobre as obras de arte, que se apresentavam em forma de esculturas, fotografias, pinturas à óleo, lápis e computação gráfica. A galeria que mais me chama a atenção, e que impactou muito o grupo todo, foi a CORPO-RESISTÊNCIA da artista e fotógrafa Mariana Arndt. Onde é abordado, como tema central de suas obras, o corpo feminino e suas (re)existências. Quebrando o paradigma da mulher como figura passiva e o da exclusão da diversidade de gênero, protagonizando fotografias desconcertantes, devido ao modo que retrata seu próprio corpo onde, nas obras e na vida, é a própria expressão da liberdade de ser.
Na galeria intitulada “Antropia”, de Lidia Coimbra, fomos provocados a pensar nas intervenções humanas nos habitats naturais de animais silvestres e nas interações que promovemos com eles que, muitas vezes, convivem conosco sem que notemos. Muito bacanas são as técnicas utilizadas pela artista, onde ela esboça e pinta seus desenhos em papel, depois digitaliza, imprime e recorta-os. Após esse processo, Lidia pinta as telas, criando uma base para a colagem dos desenhos. Utilizando cores primárias e vivas, ela chama atenção para a beleza dos animais e para os danos causados pela intervenção do homem no meio.
O MARCO está na sede definitiva desde 2002, situado no Parque das Nações Indígenas. Constitui-se como um espaço de diálogo e troca de experiências, além de acolher e conservar obras de arte, recebendo constantes visitas das escolas da capital. Rompendo com o distanciamento entre a comunidade e as linguagens como a arte, o Museu abre as portas, com entrada franca, para receber as pessoas que estão dispostas a sair da zona de conforto e, nesse processo, aprender a interpretar, de maneira crítica, os estímulos que a vida cotidiana apresenta.





PETiana: Andressa Silva Hoffmann


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