O
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência em Geografia, da
Universidade Federal da Grande Dourados, disponibilizou ao PET-GEO três vagas
para aula de campo, ocupadas por mim (Andressa), Eveline e Karinny. Na manhã do
dia 24 de setembro, nos reunimos com os alunos integrantes do PIBID, em frente
à reitoria da UFGD e partimos para Campo Grande-MS, que fica à 230km de
Dourados-MS, com o objetivo de visitar o Museu de Arte Contemporânea – MARCO.
Antes mesmo de chegar ao Museu, as análises geográficas já se estabeleciam
entre os alunos dentro do ônibus. Como a paisagem mudava ao longo do trajeto, a
diferença populacional entre a capital do estado e nossa cidade de origem, as
desigualdades sociais traduzidas em muitos moradores de rua, eram assuntos que
perpassavam nossas discussões.
Ao
chegar, fomos muito bem recebidos por uma guia que nos apresentou as obras de
Pedro Gottardi, Mariana Arndt, Neusa Silva, Lidia Coimbra e foi indicando os
caminhos para possíveis leituras sobre as obras de arte, que se apresentavam em
forma de esculturas, fotografias, pinturas à óleo, lápis e computação gráfica.
A galeria que mais me chama a atenção, e que impactou muito o grupo todo, foi a
CORPO-RESISTÊNCIA da artista e fotógrafa Mariana Arndt. Onde é abordado, como
tema central de suas obras, o corpo feminino e suas (re)existências. Quebrando
o paradigma da mulher como figura passiva e o da exclusão da diversidade de
gênero, protagonizando fotografias desconcertantes, devido ao modo que retrata
seu próprio corpo onde, nas obras e na vida, é a própria expressão da liberdade
de ser.
Na
galeria intitulada “Antropia”, de Lidia Coimbra, fomos provocados a pensar nas
intervenções humanas nos habitats naturais de animais silvestres e nas
interações que promovemos com eles que, muitas vezes, convivem conosco sem que
notemos. Muito bacanas são as técnicas utilizadas pela artista, onde ela esboça
e pinta seus desenhos em papel, depois digitaliza, imprime e recorta-os. Após
esse processo, Lidia pinta as telas, criando uma base para a colagem dos
desenhos. Utilizando cores primárias e vivas, ela chama atenção para a beleza
dos animais e para os danos causados pela intervenção do homem no meio.
O
MARCO está na sede definitiva desde 2002, situado no Parque das Nações
Indígenas. Constitui-se como um espaço de diálogo e troca de experiências, além
de acolher e conservar obras de arte, recebendo constantes visitas das escolas
da capital. Rompendo com o distanciamento entre a comunidade e as linguagens
como a arte, o Museu abre as portas, com entrada franca, para receber as
pessoas que estão dispostas a sair da zona de conforto e, nesse processo,
aprender a interpretar, de maneira crítica, os estímulos que a vida cotidiana
apresenta.
PETiana: Andressa Silva Hoffmann
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