quarta-feira, 14 de novembro de 2018

XXIV Encontro Nacional de Geografia Agrária, Questão Agrária e práxis social no século XXI: Impasses, desafios e perspectivas.




O XXIV Encontro Nacional de Geografia Agrária (ENGA), ocorreu em 2018, de 6 a 10 de novembro, no município de Dourados – MS, sendo sediado na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), trazendo como tema do evento a questão agrária e práxis social no século XXI, abordando os impasses, desafios e perspectivas para o cenário agrário Brasileiro.
6 de novembro: primeiro dia de ENGA

No primeiro dia do evento, na cerimônia de abertura ocorreu um Ritual Guarani-Kaiowá, o Jehovasa, para trazer bênçãos e boa sorte para o evento, ainda na cerimônia de abertura aconteceu também a apresentação do grupo de Rap indígena BRÔ MC’s. O ponto alto da noite ficou por conta da apresentação do Teólogo, filosofo, professor universitário e ativista político Leonardo Boff, com o tema de conferência de abertura “Saber cuidar e humanos/direitos à vida. ” No qual ele acaba fazendo uma profunda análise de toda a conjectura política atual e como podemos nos posicionar diante da imposição do capitalismo internacionalizado que vem com o discurso de desmonte do Estado Brasileiro, ameaçando as poucas conquistas sociais e ambientais alcançadas nestes últimos anos.

7 de novembro, segundo dia
No segundo dia do evento, no período da manhã, ocorreram as apresentações de trabalhos, sendo que pela primeira vez, o evento adotou um método diferente de apresentação, dividindo o trabalho por temas que foram alocados em uma sala onde todos os trabalhos ali presente abordavam o mesmo eixo de discussão, (no caso foram criados 12 eixos que foram: estado e políticas públicas no campo; assentamentos e alternativas para permanecer na terra; movimentos sociais no campo e lutas pela terra/território; agronegócio e impactos socioambientais; comunidades tradicionais, saberes e práticas; soberania alimentar e agroecologia; relação capital X trabalho no campo; classe e gênero na questão agrária; relação campo – cidade; dinâmicas migratórias, mobilidade do trabalho rural; teorias agrárias e teorias geográficas;  educação do/no campo; questão agrária, fronteiras e mundialização)   com o intuito de não somente ser apresentar os trabalhos presentes, mas sim usar os trabalhos apresentados para se discutir e se debater de forma ampla e aberta os eixos abordados em cada sala, sendo este modo chamado de comunicação coordenadas.
No mesmo dia, no período da tarde ocorreram as mesas redondas, acontecendo nos blocos A e G da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), sendo que no bloco A ocorreu a mesa redonda com o tema: Agronegócio, ambiente e soberania alimentar no século XXI, com os palestrantes Eguimar Chaveiro – UFG; Paulo Roberto Alentajano – UERJ; Marcos Aurélio Saquet – UNIOESTE e João Clepes Junior – UFU como provocador.
            No bloco G ocorreu a mesa redonda com o tema Educação do campo e educação escolar indígena: desafios contemporâneos com os palestrantes: Maria Antônia de Souza – UEPG/UTP; Eliel Benites – UFGD/FAIND; Rosemeire Aparecida de Almeida – UFMS e o Rodrigo Simão Camacho – UFGD/FAIND como provocador. As 19 horas ocorreu no auditório, no auditório central aconteceu uma atividade cultural com a Orquestra Indígena de Caarapó – MS seguido de uma mesa redonda que trazia como tema: Estado crise estrutural do capital e a questão agrária: reflexões a conjuntura atual, com os palestrantes: Antonio Thomaz Junior – UNESP/Presidente Prudente; Guilherme Costa Delgado – IPEA; José Gilberto de Souza – UNESP/Rio Claro e com o Marco Antonio Mitidiero – UFPB.

8 de novembro, Terceiro dia

            No período da manhã houve a continuação das comunicações coordenadas no período da manhã, seguido depois do almoço por mesas redondas nos dois auditórios da UEMS, sendo que no auditório do bloco A mesa redonda tratava do tema: Direitos ao Território, direitos à vida e a questão agrária, com os palestrantes Érica Macedo – UFG; Fabiano de Oliveira Bringel – UEPA e com a Verônica Maria Bezerra Guimarães – UFGD/FADIR. No bloco G aconteceu outra mesa redonda com o tema: conflitos territoriais, lutas, resistência e fronteiras com os convidados Voninho Benites – Aty Guasu – aldeia Tey Kuê/MS; Antonio Borges dos Santos – Coord. Geral das comunidades Negras Quilombolas do MS; Márcia Barilie – MST; Lídia Farias – CIMI e com o Professor João Edmilson Fabrini – UNIOESTE/UFGD, sendo o provocador da mesa.
Na noite deste mesmo dia aconteceram lançamentos de livros no auditório central da UFGD, seguida por uma atividade cultural comandada pelo poeta Emamanuel Marinho, tendo logo após uma mesa redonda com o tema: Geografia, diversidade epistêmica e questão agrária com os convidados Marta Ines Medeiros Marques – USP; Ruy Moreira – UFF; Walter do Carmo Cruz – UFF e com João Edmilson Fabrini – UNIOESTE/UFGD, como provocador/debatedor da mesa. 


9 e 10 de novembro, quarto e quinto dia
Neste dia, na ADUF, aconteceram as oficinas no período da manhã, com as seguintes temáticas: Atividades biológicas das plantas medicinais e produção artesanal de fitoterápicos; modelo do sistema terra-sol-lua numa perspectiva interdisciplinar da geografia-física; educação do campo e práticas pedagógicas inclusivas; homeopatia popular nos cuidados com os animais; horta agroecológica em contexto urbano; pinturas Guarani e Kaiowá e questão de gênero no campo;  seguido do almoço coletivo e a assembleia e apresentação dos 40 anos de ENGA: Balanços e perspectivas com a palestrante Vera Lúcia Salazar Pessôa – UFG. Para encerrar o evento com chave de ouro aconteceu ainda na sexta feira a Conferência de encerramento intitulada: A questão agrária no século XXI: impasses, possbilidades e desafios, tendo como o conferencista o professor: Ariovaldo Umbelino de Oliveira – USP.
            Para encerrar com chave de ouro, no período noturno aconteceu a festa de encerramento do evento e no sábado de manhã aconteceram os trabalhos de campo em diversos locais do Mato Grosso do Sul, sendo os locais na: Aldeia e Retomada de Caarapó; Retomada GuiraKambbi’y e Itay; Assentamento Itamaraty em Ponta Porã e o acampamento de Retomada Guaiviry.
            De maneira geral, é mais do que justo e correto afirmar que o evento foi simplesmente fantástico, pelo fato de possibilitar aos alunos de graduação e pós-graduação do curso de geografia da UFGD a troca de experiências e conhecimentos com professores e pesquisadores de graduação e de pós-graduação de outras instituições, possibilitando a criação de laços de amizades entre os participantes do evento além de trocar ideias e experiências acerca da realidade e configuração agrária colocada no Brasil da atualidade. Conhecer linhas de pesquisas das mais diversas modalidades dentro da geografia agrária demonstra o quanto esta ciência é rica e abrangente, além de única. Eu Anderson Aparecido Santos da Silva, em nome de todo grupo Pet geografia, agradeço as Professoras Márcia Yukari Mizusaki e a Cláudia Marques Roma por esta oportunidade única, pois tenham certeza que não só eu como todos aqueles que participaram do evento vão levar as experiências e lembranças adquiridas no ENGA com muito carinho e admiração.

Petiano: Anderson Aparecido


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