O
XXIV Encontro Nacional de Geografia Agrária (ENGA), ocorreu em 2018, de 6 a 10
de novembro, no município de Dourados – MS, sendo sediado na Universidade
Federal da Grande Dourados (UFGD), trazendo como tema do evento a questão
agrária e práxis social no século XXI, abordando os impasses, desafios e
perspectivas para o cenário agrário Brasileiro.
6 de novembro: primeiro dia de ENGA
No
primeiro dia do evento, na cerimônia de abertura ocorreu um Ritual
Guarani-Kaiowá, o Jehovasa, para trazer bênçãos e boa sorte para o evento,
ainda na cerimônia de abertura aconteceu também a apresentação do grupo de Rap
indígena BRÔ MC’s. O ponto alto da noite ficou por conta da apresentação do
Teólogo, filosofo, professor universitário e ativista político Leonardo Boff,
com o tema de conferência de abertura “Saber cuidar e humanos/direitos à vida.
” No qual ele acaba fazendo uma profunda análise de toda a conjectura política
atual e como podemos nos posicionar diante da imposição do capitalismo
internacionalizado que vem com o discurso de desmonte do Estado Brasileiro,
ameaçando as poucas conquistas sociais e ambientais alcançadas nestes últimos
anos.
7 de novembro, segundo dia
No
segundo dia do evento, no período da manhã, ocorreram as apresentações de trabalhos,
sendo que pela primeira vez, o evento adotou um método diferente de
apresentação, dividindo o trabalho por temas que foram alocados em uma sala
onde todos os trabalhos ali presente abordavam o mesmo eixo de discussão, (no
caso foram criados 12 eixos que foram: estado e políticas públicas no campo;
assentamentos e alternativas para permanecer na terra; movimentos sociais no
campo e lutas pela terra/território; agronegócio e impactos socioambientais;
comunidades tradicionais, saberes e práticas; soberania alimentar e
agroecologia; relação capital X trabalho no campo; classe e gênero na questão
agrária; relação campo – cidade; dinâmicas migratórias, mobilidade do trabalho
rural; teorias agrárias e teorias geográficas;
educação do/no campo; questão agrária, fronteiras e mundialização) com o intuito de não somente ser apresentar
os trabalhos presentes, mas sim usar os trabalhos apresentados para se discutir
e se debater de forma ampla e aberta os eixos abordados em cada sala, sendo
este modo chamado de comunicação coordenadas.
No
mesmo dia, no período da tarde ocorreram as mesas redondas, acontecendo nos
blocos A e G da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), sendo que
no bloco A ocorreu a mesa redonda com o tema: Agronegócio, ambiente e soberania
alimentar no século XXI, com os palestrantes Eguimar Chaveiro – UFG; Paulo
Roberto Alentajano – UERJ; Marcos Aurélio Saquet – UNIOESTE e João Clepes
Junior – UFU como provocador.
No bloco G ocorreu a mesa redonda
com o tema Educação do campo e educação escolar indígena: desafios
contemporâneos com os palestrantes: Maria Antônia de Souza – UEPG/UTP; Eliel
Benites – UFGD/FAIND; Rosemeire Aparecida de Almeida – UFMS e o Rodrigo Simão
Camacho – UFGD/FAIND como provocador. As 19 horas ocorreu no auditório, no
auditório central aconteceu uma atividade cultural com a Orquestra Indígena de
Caarapó – MS seguido de uma mesa redonda que trazia como tema: Estado crise
estrutural do capital e a questão agrária: reflexões a conjuntura atual, com os
palestrantes: Antonio Thomaz Junior – UNESP/Presidente Prudente; Guilherme
Costa Delgado – IPEA; José Gilberto de Souza – UNESP/Rio Claro e com o Marco
Antonio Mitidiero – UFPB.
8 de novembro, Terceiro dia
No
período da manhã houve a continuação das comunicações coordenadas no período da
manhã, seguido depois do almoço por mesas redondas nos dois auditórios da UEMS,
sendo que no auditório do bloco A mesa redonda tratava do tema: Direitos ao
Território, direitos à vida e a questão agrária, com os palestrantes Érica
Macedo – UFG; Fabiano de Oliveira Bringel – UEPA e com a Verônica Maria Bezerra
Guimarães – UFGD/FADIR. No bloco G aconteceu outra mesa redonda com o tema:
conflitos territoriais, lutas, resistência e fronteiras com os convidados
Voninho Benites – Aty Guasu – aldeia Tey Kuê/MS; Antonio Borges dos Santos –
Coord. Geral das comunidades Negras Quilombolas do MS; Márcia Barilie – MST;
Lídia Farias – CIMI e com o Professor João Edmilson Fabrini – UNIOESTE/UFGD,
sendo o provocador da mesa.
Na
noite deste mesmo dia aconteceram lançamentos de livros no auditório central da
UFGD, seguida por uma atividade cultural comandada pelo poeta Emamanuel
Marinho, tendo logo após uma mesa redonda com o tema: Geografia, diversidade
epistêmica e questão agrária com os convidados Marta Ines Medeiros Marques –
USP; Ruy Moreira – UFF; Walter do Carmo Cruz – UFF e com João Edmilson Fabrini
– UNIOESTE/UFGD, como provocador/debatedor da mesa.
9 e 10 de novembro, quarto e quinto
dia
Neste
dia, na ADUF, aconteceram as oficinas no período da manhã, com as seguintes
temáticas: Atividades biológicas das plantas medicinais e produção artesanal de
fitoterápicos; modelo do sistema terra-sol-lua numa perspectiva
interdisciplinar da geografia-física; educação do campo e práticas pedagógicas
inclusivas; homeopatia popular nos cuidados com os animais; horta agroecológica
em contexto urbano; pinturas Guarani e Kaiowá e questão de gênero no campo; seguido do almoço coletivo e a assembleia e
apresentação dos 40 anos de ENGA: Balanços e perspectivas com a palestrante
Vera Lúcia Salazar Pessôa – UFG. Para encerrar o evento com chave de ouro
aconteceu ainda na sexta feira a Conferência de encerramento intitulada: A questão
agrária no século XXI: impasses, possbilidades e desafios, tendo como o
conferencista o professor: Ariovaldo Umbelino de Oliveira – USP.
Para encerrar com chave de ouro, no
período noturno aconteceu a festa de encerramento do evento e no sábado de manhã
aconteceram os trabalhos de campo em diversos locais do Mato Grosso do Sul,
sendo os locais na: Aldeia e Retomada de Caarapó; Retomada GuiraKambbi’y e
Itay; Assentamento Itamaraty em Ponta Porã e o acampamento de Retomada
Guaiviry.
De maneira geral, é mais do que
justo e correto afirmar que o evento foi simplesmente fantástico, pelo fato de
possibilitar aos alunos de graduação e pós-graduação do curso de geografia da
UFGD a troca de experiências e conhecimentos com professores e pesquisadores de
graduação e de pós-graduação de outras instituições, possibilitando a criação
de laços de amizades entre os participantes do evento além de trocar ideias e
experiências acerca da realidade e configuração agrária colocada no Brasil da
atualidade. Conhecer linhas de pesquisas das mais diversas modalidades dentro
da geografia agrária demonstra o quanto esta ciência é rica e abrangente, além
de única. Eu Anderson Aparecido Santos da Silva, em nome de todo grupo Pet
geografia, agradeço as Professoras Márcia Yukari Mizusaki e a Cláudia Marques
Roma por esta oportunidade única, pois tenham certeza que não só eu como todos
aqueles que participaram do evento vão levar as experiências e lembranças
adquiridas no ENGA com muito carinho e admiração.
Petiano: Anderson
Aparecido
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