Na
tarde do dia 26 de março de 2019 foi realizado um colóquio com o Doutorando do
Programa de Pós-Graduação de Geografia da UFGD (PPGG UFGD) e Professor do
Instituto Federal do Mato Grosso do Sul Campus Ponta Porã, João Batista que tem
como tema da sua Tese de Doutorado os Territórios
Quilombolas de Corumbá, delimitando a sua área de pesquisa em três
comunidades, que são: Comunidade Ribeirinha Família Ozório, Comunidade
Ribeirinha Campos Correia e a Comunidade Quilombola Maria Theodora.
O
professor iniciou a sua fala mostrando a construção ideológica sobre o que
seria um quilombo, demonstrando que essa construção histórica e cultural remete
a um estereotipo que remonta a época da escravidão, não tendo nenhuma relação
com a atual modo de organização das comunidades quilombolas da atualidade, principalmente
daquelas que estão inseridas no meio urbano, como é o caso das comunidades
existentes no município de Corumbá – MS.
No
decorrer da sua fala, o Professor demonstra como a mídia criminaliza estas
comunidades as desqualificando-as enquanto comunidades descendentes de
quilombolas, não compreendendo a sua ancestralidade e a sua ligação com o seu
território, além de sofrerem com o processo de invisibilidade social e
preconceito perpetrado contra estas comunidades. A fala do Professor nesta
tarde deixou claro que comunidades indígenas, quilombolas e seus descendentes
não fazem parte do projeto de Brasil, imaginado e aplicado pelo estado, pois a
forma de desenvolvimento econômico aplicado pelo estado, ainda tem base em uma
economia liberal e exportadora de commodities, não conseguindo e não querendo
enxergar a espacialidade e forma de ver o mundo que estas pessoas possuem, modo
este que é totalmente diferente daqueles que não fazem parte destes grupos.
De
maneira geral, o colóquio ministrado pelo professor João demonstrou muito bem
como a terra é importante para a manutenção dos costumes e tradições destes
grupos em especifico, além de demonstrar que o processo de embranquecimento da
população ainda continua vivo, mesmo após o fim da escravidão. Gostaria de
agradecer, em nome de todo o grupo PETGeografia pela tarde fantástica
proporcionada pelo Professor João Batista, pois experiências como estas
enriquecem não só a nossa formação técnica profissional como também a nossa
formação humana e cidadã, tardes como estas nos mostra como é importante se
olhar e analisar o mundo e a suas contradições em seus diversos aspectos,
cultural, religioso, político e econômico, pois enquanto futuro geógrafos, seja
licenciado ou bacharelado, é importante lutar por uma sociedade mais justa, que
dê a mesma oportunidade para todos independente da cor da pele, da etnia e/ou
da sua religião.
PETiano: Anderson Aparecido