domingo, 31 de março de 2019

Colóquio - “Territórios Quilombolas do Mato Grosso do Sul” Uma tarde de Reflexão e quebra de estereótipos

Na tarde do dia 26 de março de 2019 foi realizado um colóquio com o Doutorando do Programa de Pós-Graduação de Geografia da UFGD (PPGG UFGD) e Professor do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul Campus Ponta Porã, João Batista que tem como tema da sua Tese de Doutorado os Territórios Quilombolas de Corumbá, delimitando a sua área de pesquisa em três comunidades, que são: Comunidade Ribeirinha Família Ozório, Comunidade Ribeirinha Campos Correia e a Comunidade Quilombola Maria Theodora.
O professor iniciou a sua fala mostrando a construção ideológica sobre o que seria um quilombo, demonstrando que essa construção histórica e cultural remete a um estereotipo que remonta a época da escravidão, não tendo nenhuma relação com a atual modo de organização das comunidades quilombolas da atualidade, principalmente daquelas que estão inseridas no meio urbano, como é o caso das comunidades existentes no município de Corumbá – MS.
No decorrer da sua fala, o Professor demonstra como a mídia criminaliza estas comunidades as desqualificando-as enquanto comunidades descendentes de quilombolas, não compreendendo a sua ancestralidade e a sua ligação com o seu território, além de sofrerem com o processo de invisibilidade social e preconceito perpetrado contra estas comunidades. A fala do Professor nesta tarde deixou claro que comunidades indígenas, quilombolas e seus descendentes não fazem parte do projeto de Brasil, imaginado e aplicado pelo estado, pois a forma de desenvolvimento econômico aplicado pelo estado, ainda tem base em uma economia liberal e exportadora de commodities, não conseguindo e não querendo enxergar a espacialidade e forma de ver o mundo que estas pessoas possuem, modo este que é totalmente diferente daqueles que não fazem parte destes grupos.

De maneira geral, o colóquio ministrado pelo professor João demonstrou muito bem como a terra é importante para a manutenção dos costumes e tradições destes grupos em especifico, além de demonstrar que o processo de embranquecimento da população ainda continua vivo, mesmo após o fim da escravidão. Gostaria de agradecer, em nome de todo o grupo PETGeografia pela tarde fantástica proporcionada pelo Professor João Batista, pois experiências como estas enriquecem não só a nossa formação técnica profissional como também a nossa formação humana e cidadã, tardes como estas nos mostra como é importante se olhar e analisar o mundo e a suas contradições em seus diversos aspectos, cultural, religioso, político e econômico, pois enquanto futuro geógrafos, seja licenciado ou bacharelado, é importante lutar por uma sociedade mais justa, que dê a mesma oportunidade para todos independente da cor da pele, da etnia e/ou da sua religião.  








                                                                  PETiano: Anderson Aparecido

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