sábado, 28 de setembro de 2019

ENEPEX 2019


No dia 18 de Setembro de 2019, o PETGeografia apresentou três trabalhos no ENEPEX. Trabalhos estes, decorrentes de atividades que constam no planejamento anual do grupo e que foram desenvolvidas ao longo do ano.
Dos três trabalhos apresentados, um é resultado do trabalho de campo realizado no assentamento rural do Itamaraty. Trabalho este que consta no projeto “Atividade Trabalho de campo: articulando conhecimentos”, intitulado “Trabalho de campo e cartografia da paisagem: o uso e a ocupação das terras do alto curso do Rio Dourados (MS)”, visando a elaboração de um mapa de uso e ocupação das terras e a identificação das atividades econômicas existentes no alto curso do Rio Dourados/MS, auxiliando no entendimento de questões socioambientais que permeiam a sociedade.
Os outros dois trabalhos são decorrentes de atividades realizadas através do projeto de “Cinema e documentários: lugares e olhares geográficos sobre o mundo”, Sendo intitulados: “O universo feminino construído como arte e engajamento social: as geografias presentes em As Sufragistas, Roma e Aquarius” e “Geografia, Literatura e Cinema, linguagens para a compreensão do mundo: Ensaio sobre a cegueira”.  Ambos são resultados da elaboração de um cronograma de exibição e discussão dos filmes juntamente com discussões relacionadas aos mesmos através de colóquios e apresentações que contaram com a presença de professores e pesquisadores convidados a debaterem os diferentes contextos existentes nos filmes.
O ano de 2019 ainda nem terminou e já se mostrou bastante produtivo para o grupo, que além de outras diversas atividades desenvolvidas concomitantemente, conseguiu levar três pesquisas ao ENEPEX.

PETiano: Anderson Luiz Rodrigues de Oliveira

Confira os Banners apresentados:










AULA DE CAMPO – MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MS


O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência em Geografia, da Universidade Federal da Grande Dourados, disponibilizou ao PET-GEO três vagas para aula de campo, ocupadas por mim (Andressa), Eveline e Karinny. Na manhã do dia 24 de setembro, nos reunimos com os alunos integrantes do PIBID, em frente à reitoria da UFGD e partimos para Campo Grande-MS, que fica à 230km de Dourados-MS, com o objetivo de visitar o Museu de Arte Contemporânea – MARCO. Antes mesmo de chegar ao Museu, as análises geográficas já se estabeleciam entre os alunos dentro do ônibus. Como a paisagem mudava ao longo do trajeto, a diferença populacional entre a capital do estado e nossa cidade de origem, as desigualdades sociais traduzidas em muitos moradores de rua, eram assuntos que perpassavam nossas discussões.
Ao chegar, fomos muito bem recebidos por uma guia que nos apresentou as obras de Pedro Gottardi, Mariana Arndt, Neusa Silva, Lidia Coimbra e foi indicando os caminhos para possíveis leituras sobre as obras de arte, que se apresentavam em forma de esculturas, fotografias, pinturas à óleo, lápis e computação gráfica. A galeria que mais me chama a atenção, e que impactou muito o grupo todo, foi a CORPO-RESISTÊNCIA da artista e fotógrafa Mariana Arndt. Onde é abordado, como tema central de suas obras, o corpo feminino e suas (re)existências. Quebrando o paradigma da mulher como figura passiva e o da exclusão da diversidade de gênero, protagonizando fotografias desconcertantes, devido ao modo que retrata seu próprio corpo onde, nas obras e na vida, é a própria expressão da liberdade de ser.
Na galeria intitulada “Antropia”, de Lidia Coimbra, fomos provocados a pensar nas intervenções humanas nos habitats naturais de animais silvestres e nas interações que promovemos com eles que, muitas vezes, convivem conosco sem que notemos. Muito bacanas são as técnicas utilizadas pela artista, onde ela esboça e pinta seus desenhos em papel, depois digitaliza, imprime e recorta-os. Após esse processo, Lidia pinta as telas, criando uma base para a colagem dos desenhos. Utilizando cores primárias e vivas, ela chama atenção para a beleza dos animais e para os danos causados pela intervenção do homem no meio.
O MARCO está na sede definitiva desde 2002, situado no Parque das Nações Indígenas. Constitui-se como um espaço de diálogo e troca de experiências, além de acolher e conservar obras de arte, recebendo constantes visitas das escolas da capital. Rompendo com o distanciamento entre a comunidade e as linguagens como a arte, o Museu abre as portas, com entrada franca, para receber as pessoas que estão dispostas a sair da zona de conforto e, nesse processo, aprender a interpretar, de maneira crítica, os estímulos que a vida cotidiana apresenta.





PETiana: Andressa Silva Hoffmann


terça-feira, 24 de setembro de 2019

Edital Para Seleção De Novos Petianos para 02/2019

O PET Geografia UFGD abriu o edital para inscrições de novos candidatos para uma vaga como bolsista e voluntários. Se você está interessado em crescer pessoalmente, aprender a trabalhar em grupo e quer estar mais engajado aos assuntos do meio acadêmico, confira o edital, separe a documentação e venha fazer parte da nossa equipe.
As inscrições ocorrerão no período entre os dias 22 a 30 de setembro de 2019 e deverão ser realizadas das 14h às 17h ou das 19h às 21h30min. A documentação deve ser entregue na secretaria do curso de graduação, localizada na Faculdade de Ciências Humanas.
Confira o edital AQUI.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

UM SÁBADO DE MANHÃ, O MASTER/PET-2019

Na manhã de sábado do dia 14 de setembro de 2019, o PET-ENGENHARIA DE ALIMENTOS UFGD organizou o 1º Concurso MASTER-PET, uma atividade integradora visando a elaboração de receitas inovadoras pelos 9 grupos PETs da Universidade Federal da Grande Dourados. Uma atividade lúdica na qual o alimento e o trabalho em equipe são os catalizadores para algo muito maior.
O objetivo desse projeto formulado e executado pelo PET Engenharia de alimentos foi a interação entre os grupos PET da UFGD, e isso foi alcançado, pois, conseguimos conhecer outros alunos que também participam do programa PET. A dinâmica foi a seguinte; o PET engenharia de alimentos colocou em uma mesa diversos tipos de alimentos. Em seguida os grupos tinham 5 minutos para pensar qual receita que iram realizar, isso em função dos ingredientes ofertados. Um representante de cada grupo pode ir até a mesa e ir pegar os ingredientes necessário para seu grupo, isso em um período de 3 minutos. A regra principal era que após os 3 minutos ninguém poderia retirar nenhum alimento da mesa, porém os grupos puderam trocar alimentos entre si – um contexto de solidariedade.
Os pratos preparados por cada grupo foram avaliados por consultores externos. O método de avaliação foi rígido, cada avaliador recebeu uma ficha individual de cada grupo, e notas de zero a dez foram atribuídas em vários quesitos. No final da pontuação, os grupos também eram avaliados pelos critérios: Apresentação do prato – 15%; Organização da equipe e bancada- 15%; Inovação – 20%; Degustação- 50%.
No decorrer desse projeto ouve diversos momentos interatividade com os outros grupos, desde a troca de ingredientes a ajudar em momentos de nervoso. Muitas risada, respeito e momentos de coletividade foram vivenciados, e, ao final tudo ocorreu bem, todos conseguiram entregar no tempo os pratos pensados e preparados. Isso para que os “chefs” os avaliadores pudessem experimentar, degustar o alimento preparado.
       Como era um concurso alguém tinha que ficar em primeiro! E não é que foi o PETGeografia. Com grande felicidade e orgulho podemos dizer que os vencedores da 1ºedição do MASTER-PET foi o nosso PET-GEOGRAFIA. O que apresentamos? Qual foi o prato? Foi esse:




No aprendizado fica a importância do desenvolvimento de outras habilidades para além de sua área de formação, do pensar e planejar sempre antes de realizar, do trabalho em equipe e de superar desafios. E olha que isso não é pouco!
Gostaríamos de agradecer o PET-Engenharia e aos outros grupos PETs por participarem e tornarem esta atividade agradável. Tê-los como colegas é muito bom, nós do PET GEO esperamos poder ter mais encontros assim. Vivenciamos uma atividade diferente na universidade, com caráter humanístico. Ficamos esperando pela próxima edição em 2020.

PETianos: Ana Carla Barbosa Cardoso
Ednilson de Souza Ceobaniuc Araujo









sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O dia "Noam Chomsky" no PETGeografia, o filme Capitão Fantástico


            No dia 26 de agosto, o PET-Geografia em parceria com o PET-Letras assistiu o filme “Capitão Fantástico”, seguido de um debate acerca das temáticas que transpassam o filme. Na ideia central esteve: Qual o significado do conhecimento? A todo o momento a valorização que os personagens principais davam aos seus conhecimentos pessoais adquiridos ao longo de uma vida e sua utilidade social toma a cena. O conhecimento passado pelo “Capitão” para os seus filhos muitas das vezes deixava a margem a capacidade de interação social com outras pessoas. Por analogia a ideia de interação social no meio escolar passa a ser um tema importante no âmbito do filme, condição que permitiu o debate sobre o ensino doméstico (homeschooling). 

O filme também demonstra como um estilo de vida considerado saudável é colocado em ênfase pelo personagem principal da trama, que ensina aos seus filhos a caçar na floresta, a colher frutos não venenosos na floresta, além de ensinar técnicas de luta e de defesa pessoal. De fato, a princípio, um mundo à parte, desconecto da sociedade moderna. O intuito?  Fazer com o que os mesmos saibam e consigam se defender de quaisquer ameaças quando necessário. É evidenciado  que a família acaba por criar uma outra forma de relação com a natureza,  ou, com aquilo que acreditamos e entendemos como natureza. Um ideal de natureza muitas vezes contraditório, por um lado selvagem, e, por outro, capaz de dar aos indivíduos o equilíbrio emocional e a sobrevivência.  A natureza muitas vezes é tratada como um elemento vital de sobrevivência, mas, sem romantizar. Em algumas cenas a natureza surge na forma de nos momentos de perigo e de dificuldades, de superação de limites.  A personagem principal, o “Capitão se mostra duro com os seus filhos, deixando que claro que ao mesmo tempo que a natureza pode se apresentar como algo romantizado, ela também pode se apresentar como algo ameaçador.  Aqui a dualidade do conceito de natureza, no debate, surge com o viés da natureza social em contraposição com a visão naturalista – um tema importante para Geografia.

Durante as discussões centrais que permeiam o filme, surge um nome, Noam Chomsky, linguista, ativista político e intelectual.   Conhecido na atualidade pelas suas análises políticas e críticas ao atual modelo econômico adotado não só pelos Estados Unidos como também pelo resto do mundo. Conhecido por ter participado ativamente do movimento Hippie na década de 1960 no Estados Unidos as ideias e os questionamentos de Noam Chomsky passam a integrar a segunda parte do filme.  
            O filme e o debate levaram à uma busca melhor sobre as contribuições de Noam. A compreensão do estado atual da política vão para além dos EUA, chega a elucidar a condição atual da política brasileira, permite discutir a ascensão do neoliberalismo mundial, suas contradições e consequências. Essas reflexões contribuem na compreensão da articulação social da extrema direita a respeito das condições socioambientais deste projeto político econômico mundial.

            Ao indagarmos questões postas por essa ascensão do neoliberalismo nesse século XXI podemos refletir a partir das as ideias de Noam Chomsky sobre fatos atuais que estão ocorrendo no Brasil, em especial a Amazônia e seu significado na geopolítica mundial e socioeconômica. Permitiu indagações sobre a condução da política ambiental no Brasil e sua desconexão com os ideais propostos para o século XXI, que tem em suas bases a igualdade social e o desenvolvimento sustentável pilares importantes.  A Amazônia ao queimar, ao atearem fogo na Amazônia, visando a perpetuação de um modelo econômico excludente e concentrador, queima-se possibilidades da implementação de outros modelos de desenvolvimento econômico.

A cena final do filme “Capitão Fantástico” se insere em um contexto surrealista, na qual uma pira funerária é o ponto central. Esse contexto nos faz pensar no modelo proposto a partir do pensamento neoliberal pregado atualmente no Brasil, o qual enxerga a natureza sempre como recurso, deixando de lado questões sociais e ambientais. No caso da Amazônia se desconhece a importância da cultura dos povos tradicionais que residem naquele território, a importância da biodiversidade. Aponta como único viés a questão econômica. Ao queimar a floresta, a Amazônia, o Brasil pode sofrer diversos embargos econômicos e restrições comerciais. Aqui a Geografia permite compreender a ligação geopolítica desses fatos, aqui os preceitos de Noam Chomsky indicam a necessidade da construção da crítica ao modelo socioeconômico vigente.  Nas palavras de Noam Chomsky:

“Não se pode controlar o próprio povo pela força, mas se pode distraí-lo com consumismo. ”

        Discussões como essas que demonstram a importância do projeto “Cinema e documentários: linguagens e olhares geográficos sobre o mundo” na transversalização do conhecimento e contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem, condição essencial para uma boa formação acadêmica.

PETianos: Anderson Luiz Rodrigues de Oliveira
Anderson Aparecido dos Santos
Thiago Batista Biscaya de Souza
Micael Petri Lima Soares