No dia 25 de
julho de 2019 ocorreu audiência pública na Câmara dos Vereadores de Dourados
para apresentação do PDAU (Plano Diretor de Arborização Urbana). O evento foi organizado
pela Prefeitura Municipal de Dourados, representada pelo IMAM (Instituto do
Meio Ambiente), em parceria com a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal
de Dourados e a FAPEC (Fundação de Apoio
à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura). A
apresentação do relatório diagnóstico da arborização urbana de Dourados
destacou o levantamento estatístico elaborado pela FAPEC, o qual irá servir
como base de ações do PDAU. O diagnóstico estatístico visa apontar caminhos
para a melhoria e bem-estar da população quanto a questão da arborização das
vias públicas da cidade.
Na audiência
estavam presentes pessoas que estão ligadas com as medidas e ações públicas que
serão tomadas a partir do diagnóstico realizado, se fizeram presentes,
representantes da Associação de Jardinagem de Dourados, da Energisa, pesquisadores e cidadãos
interessadas pelo tema.
A construção do projeto buscou trazer um espelho quanto á condição da
arborização de Dourados em vias públicas, nos passeios, calçadas e canteiros.
Observou-se que o levantamento primou por apresentar a quantidade de arvores
por habitante, altura média das arvores, arvores a serem removidas /ou
substituídas e diversos apontamentos de punho quantitativo acerca do assunto.
Sabe-se que a
quantidade e a distribuição de árvores nos perímetros urbanos não estão somente
ligadas a uma questão estética, mas, sim a uma gama de fatores que impactam na
saúde e bem-estar da população, pois, elas interferem no microclima, redução da
poluição do ar, redução do ruído, interceptação da água da chuva, retenção de
carbono e muitas vezes apresenta valores culturais que devem ser preservados.
Daí a importância da audiência, do debate do tema e do PDAU.
Dentro o levantamento apresentado
destacou-se alguns resultados. A quantidade de árvore por habitante em
Dourados, tendo como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística –IBGE e dados coletados na pesquisa da realizada pela FAPEC. O
trabalho demonstrou que na cidade de Dourados existem 0,46 arvores por
habitante, sendo que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de
no mínimo 12m² em áreas urbanas, aproximadamente uma arvore por habitante. Evidenciou-se
que existem hoje na cidade 55 arvores por km, o recomendado internacionalmente
são 100 por km. O relatório aponta a
predominância espécies em detrimento a outras, o indicado é que uma espécie não
se ultrapasse 15% do total de árvores, em Dourados somente a espécie conhecida
como Oiti representa 33% da quantia total.
O que se conclur após a apresentação
pública foi que o projeto está sendo executado em paralelo a um plano de manejo
e não a um projeto de aumento do número de arvores no perímetro urbano. O
diagnóstico quantificou aproximadamente 100 mil árvores, dessas 5 mil deveram
ser removidas, pois, não estão em locais apropriados ou apresentam
características inadequadas para o meio urbano. As condições que estão
diretamente ligadas ao bem-estar da população douradense foram citadas, porém
não qualificadas. O mapa produzido a
partir dos dados demonstrou os recortes espaciais feitos para realização da
pesquisa, em momento algum se apresentou a distribuição das árvores na cidade
como um todo. Ou seja, segundo o que foi apresentado não existe possibilidade
de pensar um projeto de arborização por bairro por exemplo. Apresentou-se de
fato uma generalização dos dados.
Como um
documento que visa contribuir com o planejamento da cidade esperava-se que o
PDAU pudesse incluir metas de ampliação das áreas verdes de Dourados e a
inclusão de metas de arborização em toda a cidade, incluindo os bairros
periféricos.
PETiano:
Micael Petri L.Soares
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