quarta-feira, 26 de maio de 2021

RETABLO "A linguagem fílmica, olhares sobre o mundo e sobre si mesmo.


    No dia 19 de abril, o PETGeografia em conjunto com o PETLetras, desenvolveu uma atividade integrada com a participação da convidada Professora Drª Flaviana Gasparotti Nunes, na qual foi trabalhado o filme Retablo, sob o qual foram feitas análises, reflexões e discussões diante a temática da obra.

    A obra de 2019, dirigida por Álvaro Delgado Aparicio, retrata os conflitos entre o conservadorismo/machismo e as discussões de gênero, no contexto de uma sociedade tradicionalmente religiosa em uma comunidade no Peru.

    Os retábulos são painéis de madeiras com pequenas esculturas, as quais podem representar um momento importante como um retrato, ou apresentar signos religiosos comumente cristãos. No filme os retábulos possuem uma grande representatividade cultural, como também trazem significados simbólicos do sentimento do artista, assim sendo permeando a própria estética do filme.

    O drama é centrado nas vivências de um jovem, o personagem Segundo (Junior Bejar), filho de Noé (Amiel Cayo), seu aprendiz na construção de retábulos. Ao longo da trama, o filho Segundo descobre a homossexualidade do pai, passando a compreender o contexto violento em que está inserido ao mesmo tempo em que sofre com o mesmo.

    O artista Noé, tem um grande prestígio em sua comunidade, sendo considerado um mestre na construção de retábulos, profissão pela qual inicialmente é respeitado. Após ter sua sexualidade descoberta pela comunidade, passa a sofrer com a violência física e verbal. Além disso, sua profissão de artista passa a ser desrespeitada por ser considerada “menos masculina” dentro do contexto de machismo e opressão que fundamentam a comunidade.

    As intrínsecas provocações presentes no filme, nos fazem pensar até onde o conservadorismo e a perspectiva da masculinidade pode compor um cenário de repressão às particularidades dos sujeitos. Isto posto, o filme não se limita em ampliar a visão nessa comunidade no interior do Peru, expandindo as reflexões sobre a intolerância de gênero em nossa sociedade.






PETianos: Micael Petri Lima Soares, Anderson Aparecido Santos da Silva, Thiago Batista Biscaya de Souza






 

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